A Procuradora-geral do Brasil, Raquel Dodge, prorrogou por mais um ano o mandato da força especial de promotores e outros membros do Ministério Público que comandam a operação anticorrupção Lava Jato.
O mandato terminava no próximo dia 9 de setembro e o seu prolongamento representa, segundo a imprensa brasileira, um importante voto de confiança na investigação apesar da recente controvérsia provocada pela divulgação de mensagens privadas entre o procurador-chefe Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça.
Com esta decisão, Dodge põe fim às crescentes especulações de que a operação tinha os dias contados na sequência da publicação das mensagens que, alegadamente, mostram que o procurador-chefe da Lava Jato e Moro, então juiz da operação, combinaram versões e a forçaram actuações judicias para conseguirem condenar arguidos, incluindo o ex-presidente Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de prisão em 2017.
É a quinta vez que a operação Lava Jato, iniciada em 2014, é prorrogada. Nos últimos tempos, críticas no Congresso contra os supostos excessos dos procuradores e do Ministro Sérgio Moro colocaram a lisura da operação em dúvida. O próprio Supremo Tribunal Federal admitiu recentemente limitar a ação de Dallagnol e dos seus comandados, depois de se ter descoberto que ele tentou investigar juízes do mais alto tribunal brasileiro, o que é ilegal.
C/CM