O músico angolano Waldemar Bastos morreu na madrugada desta segunda-feira em Lisboa, vítima de cancro, aos 66 anos, disse fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola. O cantor, que já actuou na Baía das Gatas, eternizou a música “Velha Chica”.
Nascido na província de M’Banza Kongo, o cantor, galardoado com o prémio de New Artist of the Year nos World Music Awards em 1999, estava em tratamentos oncológicos há um ano, refere a tutela angolana. Em 2018, o músico foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área.
Em Cabo Verde, mais precisamente em S. Vicente, foi um dos convidados da edição de 1987 do Festival de Música da Baia das Gatas. Actuou numa noite de sábado, no mesmo dia em que no palco subiram nomes como Manuel d’Novas, Jorge Humberto, grupos Wings, Grito de Mindelo com Djo d’ Eloy, Experience, de entre outros artistas nacionais.
Apelidado de ‘Lenda Africana’, cantou uma Angola sem fronteiras. Construir pontes a partir de África, navegando pelo afropop, pelo fado e por influências brasileiras, numa sonoridade que abraçava toda a lusofonia. Apresentava-se com o seu violão de M’Banza Congo, sua terra natal, cantando com alma num pungente apelo à fraternidade entre os povos.
Morreu, mas deixou um vasto manancial artístico e humano.