Mais de 60 civis foram assassinados no final do mês passado durante um ataque terrorista na região leste do Burkina Faso. Ataque aconteceu no final de fevereiro e, até agora, não foram avançados números oficiais.
A informação foi ontem avançada pelo Movimento pelos Direitos Humanos e dos Povos (MBDHP) daquele país através de um comunicado enviado à agência de notícias espanhola EFE. Na nota, o MBDHP adianta que resultaram do ataque “cerca de 60 mortos e desaparecidos”, não havendo, contudo, números oficiais do ataque de 26 de fevereiro.
Dias antes do acontecimento já tinham sido feitas incursões à área por grupos terroristas, mas, segundo o movimento, os ataques aéreos realizados [pelo Exército] não impediram que “o pior acontecesse”, tendo os grupos terroristas invadido a cidade, matado pessoas, destruído propriedades e levado gado.
“Dada a falta de intervenção das Forças de Defesa e Segurança, o horror durou todo o dia, uma vez que os Voluntários para a Defesa da Pátria [civis que colaboram com o Exército] foram rapidamente sobrecarregados com os acontecimentos”, lê-se na mesma nota.
Fonte do exército citada pele EFE lamentou a atrocidade, tendo dito ainda que “bebés e mulheres foram queimados nas suas casas pelos terroristas”. De referir que, também no mês de fevereiro, cerca de 70 militares foram mortos junto da fronteira com o Mali, numa ofensiva atribuída aos grupos jihadistas.
Este recrudescimento da violência marca um novo episódio da insegurança crónica vigente no país desde 2015 e que, de acordo com a ONU, já provocou pelo menos 2 milhões de deslocados e uma crise humanitária, refere a imprensa internacional.
Em finais de 2022, o Programa Alimentar Mundial anunciou que cerca de 3,5 milhões de pessoas precisavam de ajuda alimentar urgente, em particular em Djibo, no norte do país, onde se concentram 14% dos deslocados internos do país.