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Kiev suspende transporte de gás natural russo através do seu território

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A Ucrânia fechou a passagem do gás natural da Rússia para a Europa. Após quase três anos de guerra, Kiev decidiu não prorrogar o contrato com os russos que gera ao inimigo receitas multimilionárias. O contrato expirou no último dia de 2024, mas o corte do fluxo de gás ocorreu esta quarta-feira, 1º de janeiro. 

O sistema de gasodutos ucraniano permite que o consórcio russo Gazprom exporte gás para Áustria, Hungria, Eslováquia e Moldávia. O contrato de passagem permitiu que a Ucrânia ganhasse cerca de US$ 700 milhões por ano. Mas como disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em Bruxelas no dia 19 de novembro, o país não permitirá que a Rússia “ganhe bilhões a mais” enquanto continua sua agressão contra seu país.

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A Rússia garante que sobreviverá ao fechamento da passagem de seu gás pela Ucrânia. O presidente Vladimir Putin expressou confiança de que a Gazprom será capaz de lidar com a perda do trânsito do produto pela Ucrânia. “Nós sobreviveremos, a Gazprom sobreviverá”, afirmou. 

O chefe do Kremlin enfatizou que a Rússia sempre defendeu o fornecimento de gás europeu e a “despolitização das questões económicas”, e alertou que o fim do trânsito pela Ucrânia levará ao aumento dos preços dos combustíveis. Fontes da Comissão Europeia garantiram que o impacto sobre a segurança do abastecimento da União Europeia será “limitado”, como estava previsto.

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Moscovo até propôs bombear seu gás através da Polônia. “A Polônia fechou a rota através de seu território. Há uma rota ativa lá, ninguém a atacou, não há explosões, ela funciona, basta apertar o botão, só isso, e (o gás) passará pelo território da Polônia”, afirmou Putin.

A Ucrânia tem sido inflexível em sua decisão de não prorrogar o contrato de trânsito com a Gazprom, levando a propostas, como a do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, para que as empresas europeias comprem o gás na fronteira russo-ucraniana, o que faria com que ele deixasse de ser russo. De acordo com Orbán, isso forçaria a Ucrânia a permitir o trânsito do gás de acordo com seu acordo de livre comércio com a União Europeia.

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Na última semana, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ameaçou a Ucrânia com retaliação, inclusive com o corte do fornecimento emergencial de eletricidade, se o país não revisar sua posição sobre o trânsito de gás russo. A resposta de Zelensky foi rápida: “Parece que Putin deu a Fico a ordem de abrir a segunda frente energética contra a Ucrânia às custas dos interesses do povo eslovaco. As ameaças de Fico de cortar o fornecimento emergencial de energia da Ucrânia neste inverno, enquanto a Rússia ataca nossas usinas e nossa rede de energia, só podem ser explicadas por isso”.

O corte do trânsito de gás russo através da Ucrânia afeta sobretudo a Moldávia, que no dia 13 decretou emergência energética de 60 dias em antecipação à falta de energia, já que sua única usina termoelétrica funciona com gás da Rússia.

C.Agências de Notícias

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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