A Igreja Universal do Reino de Deus responde no Brasil a acções judiciais movidas por ex-pastores que afirmam ser sido forçadas ou pressionados pela instituição a fazer vasectomia. A prática, dizem os acusadores, garante o ingresso, a permanência ou a ascensão nos quadros da igreja.
As alegações e os relatos dos religiosos são similares. Os ex-pastores apontam a esterilização como uma espécie de política de recursos humanos. Sem filhos, teriam mais disponibilidade para mudar a mando da igreja, uma vez que a instituição custeia a família dos religiosos.
A Universal nega que imponha a vasectomia, lembra que venceu outros processos ajuizados contra a igreja e afirma que estimula o planeamento familiar dos casais.
Processos são movidos na Justiça do Trabalho, na qual a Universal já foi condenada em diferentes casos. Há ainda uma condenação no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
No caso mais recente, o Tribunal Regional de Trabalho de São Paulo condenou a Universal a pagar uma grande indenização por danos morais e materiais ao ex-pastor Clarindo de Oliveira, que prestou serviço à instituição entre 1994 e 2010 em templos no Brasil e em Honduras.
Na decisão, a relatora disse que há a confirmação da “prática de imposição de vasectomia” pela Universal. A magistrada destacou o relato de um ex-colega que foi testemunha de Oliveira, que alegou que “para permanecer na igreja tinha de fazer vasectomia.”
A igreja já apresentou embargos de declaração, espécie de recurso que questiona eventuais obscuridade ou omissões do tribunal.
C/Folha