As ações da BYD (Build Your Dreams) dispararam após a empresa anunciar que seus lucros do terceiro trimestre podem dobrar em relação ao ano passado. Esta gigante chinesa já superou a Tesla em produção trimestral, esta que é a segunda fabricante americana em vendas globais.
O sucesso da BYD, segundo uma reportagem da BBC News, é um sinal do crescimento da indústria automobilística da China, que este ano ultrapassou a do Japão como maior exportadora do setor no mundo. Trata-se de um ponto positivo para uma economia chinesa em dificuldades, que se recupera de uma grave crise imobiliária e de um desemprego recorde.
Mas, por outro lado, crescem também as tensões de Pequim com muitos dos países que são mercados de exportação para seus veículos elétricos, entre eles os Estados Unidos e países da União Europeia. À medida que o mundo se volta para novas tecnologias mais limpas, este é mais um exemplo da dificuldade que será para os países ocidentais deixarem de depender dos produtos chineses.
Hoje a China domina a produção mundial de veículos elétricos, em grande parte graças à BYD. E Pequim quer manter essa liderança. Em junho ofereceu isenções fiscais a veículos elétricos no valor de US$ 72,3 mil milhões, o maior incentivo já dado, e em um momento de desaceleração nas vendas.
A Tesla vendeu 74.073 veículos elétricos fabricados na China, quase 11% menos do que o ano anterior, segundo a Associação Chinesa de Turismo. Números contrastam com os da BYD, que comercializou 285.903 unidades no mesmo período, o que representa um aumento de quase 43% nas vendas.
Perante o sucesso da China, a Comissão Europeia já investiga a possibilidade de estabelecer obrigações para proteger os fabricantes da UE. Certo é que, no momento, os carros da BYD seguem fazendo sucesso na Europa, que enfrentam um período de inflação e custos energéticos elevados.