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EUA: Passageiros recusam voar em Boeing 737 

Modelo de aeronave já teve dois acidentes fatais

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Passageiros se recusam a voar em um Boeing 737 Max, modelo de aeronave que ja teve dois acidentes fatais e, recentemente, houve um registro de explosão de parte da fuselagem em pleno ar.

De acordo com a CNN, Ed Pierson estava voando de Seattle para Nova Jersey em 2023 quando acabou embarcando em um avião no qual nunca quis voar. Fez uma reserva na Alaska Airlines em março passado, selecionando propositalmente um voo com um avião que gostaria de embarcar – essencialmente, qualquer coisa, menos um Boeing 737 Max.

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“Cheguei ao aeroporto e verifiquei novamente que não era o Max. Passei pela segurança, tomei café. Entrei no avião – pensei, é meio novo”, disse Pierson. “Então me sentei e no cartão de emergência encontrado no bolso do assento dizia que era um Max”, contou. 

Inconformado, Ed se levantou e foi embora.“Uma comissária de bordo estava fechando a porta da frente. Eu disse-lhe que não ia voar em um Max’. Ela me questionou o que sabia sobre a aeronave e respondi que não  tinha planeado voar em um Max e queria sair do avião”.

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Pierson remarcou para um voo noturno naquela noite em um avião diferente. Apesar do transtorno, garantiu que valeu a pena passar o dia inteiro no aeroporto para evitar voar no Max.

Ed Pierson tem uma perspectiva em primeira mão da aeronave, fabricada pela Boeing em Renton, no estado de Washington. É diretor executivo do grupo de vigilância aérea Foundation for Aviation Safety e atuou como oficial comandante de esquadrão, entre outras funções de liderança, durante uma carreira naval de 30 anos, seguida por 10 anos na Boeing, incluindo três como gerente sénior de suporte à produção em Renton. Trabalhou no projeto 737 Max antes de seu lançamento.

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Mas não foi apenas ele que se recusou a viajar. De acordo com. CNN, vários outros passageiros não querem embarcar na aeronave que esteve no centro de dois acidentes fatais, bem como do incidente de 5 de janeiro em que parte da fuselagem de um avião da Alaska Airlines explodiu em pleno ar.

A peça – um tampão de porta – não estava com quatro parafusos que deveriam mantê-la no lugar. Outros relatos de “muitos” parafusos soltos e furos mal perfurados surgiram das investigações subsequentes no modelo Max 9, depois que a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) ordenou o aterramento de 171 aeronaves Max 9 com o mesmo plugue de porta.

Em fevereiro, após o incidente no Alasca, a empresa demitiu o chefe do programa Max de seu cargo e realocou outras figuras da alta administração. A mudança ocorre no momento em que os críticos dizem repetidamente que o fabricante de aeronaves está priorizando os lucros em detrimento da segurança.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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