Os Estados Unidos não enviarão uma delegação diplomática aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que terão lugar em Pequim. O anúncio foi feito pela Casa Branca em resposta às violações dos direitos humanos cometidas pelo governo chinês em Xinjiang, o que implica que nenhum alto funcionário da administração norte-americana comparecerá no evento, uma situação sem precedentes desde 1980.
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A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, explicou que, com esta medida, a administração de Joe Biden está a enviar uma “mensagem clara” de que os abusos da China não podem ficar impunes. Psaki expressou, entretanto, total apoio da Casa Branca aos atletas que representarão os EUA na Olimpíada, insistindo, ao mesmo tempo, que a administração norte-americana não está disposta a “contribuir para a fanfarra dos Jogos”. Disse no entanto, que os EUA não consideram um passo correcto ou justo aplicar um boicote total aos Jogos, pois penalizaria os atletas americanos.
Este cenário começou a ser falado nas últimas semanas. O próprio Joe Biden reconheceu em Novembro que o boicote diplomático estava sobre a mesa, após ter sido pressionado por figuras proeminentes dos partido Republicano e Partido Democrata, incluindo a democrata Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes.
O governo chinês condenou a decisão do presidente Joe Biden, dizendo que as Olimpíadas não deveriam ser “um palco para shows políticos” e alertando para “contramedidas resolutas”. Para Pequim, este boicote é uma afronta ao “espírito olímpico”. Negou ainda qualquer transgressão em seu histórico de direitos humanos. “Os políticos dos EUA continuam a promover boicotes diplomáticos aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Eles são completamente iludidos, arrogantes e politicamente manipuladores”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
A última vez que uma medida semelhante foi aplicada aconteceu em 1980, com Jimmy Carter na Casa Branca, quando os Estados Unidos boicotaram diplomática e desportivamente os Jogos Olímpicos de Moscovo em protesto contra a invasão soviética do Afeganistão, sendo seguidos por mais 64 nações e territórios. Os atletas portugueses competiram sob a bandeira do Comité Olímpico de Portugal.
C/Globo e Publico