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Espanha: PM marca terceiras eleições legislativas em dois anos e meio para 28 Abril

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O Primeiro-ministro espanhol marcou as terceiras eleições legislativas em dois anos e meio para o dia 28 de Abril, depois de o Parlamento ter chumbado proposta de Orçamento. A decisão já foi comunicada ao rei Felipe VI.

Pedro Sánchez, que falava hoje a partir de Moncloa, disse estar “convencido que é possível recuperar uma política útil, com tolerância e respeito”, realçando que “Espanha pertence aos seus cidadãos e são eles que têm que decidir se querem dar um passo atrás.” Apesar do falhanço na aprovação do Orçamento, Sánchez lembra que “há derrotas parlamentares que são vitórias sociais.”

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Durante cerca de quarenta minutos, Sánchez fez um balanço das suas políticas nos últimos oito meses e explicou que está disponível para liderar uma solução de Governo desde que isso não passe por reconhecer a independência de regiões espanholas. “A vontade do Governo foi sempre a mesma: dentro da Constituição e da legalidade, estamos dispostos a falar, a dialogar, a encontrar uma solução. Dentro da Constituição, tudo. Fora da Constituição, nada.”

Visando os partidos independentistas que provocaram esta crise, mas que viabilizaram o seu Governo, Sánchez lembrou que Espanha é “uma democracia parlamentar”, onde uma “moção de censura tem de ser construtiva” e trazer como consequência “estabilidade, certeza e confiança no sistema político”. Ou seja: não pode ser só um instrumento para derrubar alguém.

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Isso não significa que o PP foi poupado por Sánchez. O líder do PSOE lembrou que foi substituir um partido que tinha sido “condenado por financiamento irregular e enriquecimento ilícito [numa alusão ao caso de Rodrigo Rato]” e que estava mais preocupado em defender-se nos tribunais do que defender os interesses espanhóis.” O governo de Rajoy era, nas palavras de Sánchez, um “governo acusado de corrupção” que “não respondia aos problemas sociais.”

Entre os feitos do seu Governo, Sánchez diz que a dinamização de emprego voltou para “níveis de pré-crise” e destacou: “Recuperámos a universalidade da saúde pública, atualizámos as pensões, impulsionámos uma nova lei de proteção de menores e reforçámos os recursos contra a pobreza infantil.”

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Na intervenção, Sanchéz destacou que “um Governo tem de cumprir a sua função: aprovar leis, governar, avançar. Quando alguns partidos bloqueiam a tomada de decisões, temos de convocar eleições”. O PM disse que entre continuar como está (sem orçamento e com o país gerido por duodécimos) ou dar a palavra aos espanhóis, só podia escolher a segunda opção.

Pedro Sánchez é primeiro-ministro desde junho de 2018 apesar de ter apenas 84 deputados de um total de 350 que compõem o hemiciclo espanhol. O partido mais votado nas últimas legislativas (realizadas em 2016) foi o Partido Popular, então liderado por Mariano Rajoy, mas Sánchez aproveitou o desgaste da governação de direita para chegar ao poder.

Entretanto, o líder do PSOE apresentou uma moção de censura e, com o apoio do Podemos e dos independentistas, afastou Rajoy do poder e chegou a PM. Entretanto, Rajoy foi substituído por Pablo Casado, que lidera o o partido com mais deputados no Parlamento.

C/Observador

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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