O ex-Presidente norte-americano Donald Trumpo entregou-se ao final da tarde desta quinta-feira às autoridades do estado da Georgia, no âmbito de um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020, tendo sido libertado sob fiança de 200 mil dólares poucos minutos depois.
No inicio desta semana, o antigo governante já havia dado essa garantia, através de uma mensagem publicada na sua rede social (Truth Social). Na mensagem, Trump afirmou que a sua “viagem” à cidade de Atlanta não ia ser por ter cometido qualquer homicídio, mas por ter “feito uma chamada perfeita”.
O ex-Presidente referia-se a um dos principais trunfos da acusação: a gravação em que Trump pede ao secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” votos suficientes para vencer no estado, com o intuito de afastar o candidato democrata, o atual Presidente Joe Biden, da Casa Branca.
Depois de entregar-se, Trump foi libertado da prisão do condado de Fulton, em Atlanta, após ouvir os termos da acusação e concluídos os procedimentos judiciais. Este é o quarto processo criminal contra o ex-Presidente dos EUA e o segundo em que é acusado de tentar subverter os resultados da votação.
Na segunda-feira, a fiança de Trump neste processo foi fixada em 200 mil dólares. A par da fiança, o ex-governante e candidato à nomeação republicana para as presidenciais de 2024 está proibido de contactar e de intimidar outros arguidos ou testemunhas do processo, inclusive nas redes sociais.
Donald Trump tem um reconhecido histórico de atacar os procuradores que lideram os casos contra si, incluindo a procuradora distrital responsável por este caso, Fani Willis. A procuradora tinha estabelecido um prazo de até ao meio-dia desta sexta-feira para que Trump e os restantes 18 arguidos do processo se entreguem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.
Entre os acusados estão também o antigo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows. A Procuradora Willis propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 05 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.
Nas suas aparições anteriores num tribunal estadual de Nova Iorque e em tribunais federais de Miami e Washington, Trump não foi algemado enquanto esteve sob custódia judicial. Também não foi obrigado a posar para uma fotografia, com as autoridades a usarem fotos existentes para o registo.
A prisão do Condado de Fulton, inaugurada em 1989, tinha mais de 3.200 detidos no início deste ano, acima da sua capacidade de cerca de 2.700. Num ‘email’ de angariação de fundos, Trump criticou a sobrelotação da prisão em causa, descrevendo-a como uma “crise humanitária” e “uma prisão violenta”.
C/Agências