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Conflito entre Israel e Irão eleva preço do petróleo 

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O agravamento do conflito no Oriente Médio, com os EUA atacando instalações nucleares do Irão e a eminência de uma guerra direta com Israel trouxe novos riscos para a economia global, nomeadamente o aumento do preço do petróleo, refere o banco JPMorgan. O petróleo, que a 30 de maio custava 60,7 dólares, vai custar entre 80 e 100 dólares, afirma, perspectivando pressões inflacionárias em países importadores e alívio fiscal nos exportadores. 

De acordo com esta importante instituição financeira internacional, apesar do conflito estar geograficamente distante, os efeitos económicos podem ser sentidos em vários países especialmente via preço do petróleo. A título de exemplo, a JPMorgan diz que quando a guerra entre Rússia e Ucrânia começou, os preços das commodities subiram de forma abrupta, levando os bancos centrais latino-americanos a apertarem a política monetária acima do inicialmente projetado. 

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A mesma dinâmica pode se repetir agora, com a escalada no Oriente Médio e a possibilidade de um bloqueio ao Estreito de Ormuz, onde transitam cerca de 20% do petróleo mundial. “Se o preço do petróleo permanecer nos níveis atuais, cerca de 17% acima da projeção-base do Brent, o preço do barril poderá chegar aos US$ 65 em breve. No entanto, uma escalada mais severa, como o encerramento do Estreito de Ormuz, poderia gerar movimentos de aversão ao risco, com desvalorização das moedas locais e pressões inflacionárias generalizadas”, detalha o banco. 

Nos Estados Unidos, o aumento do preço do petróleo pressiona a Reserva Federal, que vive um momento decisivo sobre quando iniciar cortes na taxa de juros. “Não sabemos ainda a extensão dos problemas, não sabemos a reação do Irão ao ataque dos EUA ao país neste final de semana”, comentou por seu turno a corretora XP Investimentos, que aponta para um risco acrescido em caso de mudança de regime no Irão, conforme sugeriu o presidente norte-americano, Donald Trump.

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“Nos momentos em que há uma mudança prolongada de regime em um importante produtor de petróleo, o preço sobe mais e permanece elevado por mais tempo”, avaliou o economista da corretora XP. Caio Megale aconselha, por isso, os bancos centrais a adotarem uma postura de espera, até que os preços das commodities e os desdobramentos geopolíticos se acomodem. Mas os efeitos não ficam restritos à economia real. Pressões sobre os combustíveis podem ter efeito também sobre a política. 

C/Agências de Notícias

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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