Muhammadu Buhari foi reeleito Presidente da Nigéria, país mais populoso de África com 190 milhões de habitantes, com 55% dos votos. Obteve uma margem de milhões de votos sobre o rival Atiku Abubakar (41%).
Segundo resultados divulgados pela comissão eleitoral Buhari obteve mais de 15,1 milhões de votos contra 11,2 milhões de Atiku Abubakar. “Tendo cumprido os requisitos da lei e obtido o maior número de votos, Muhammadu Buhari do Congresso dos Progressistas [APC] é o vencedor destas eleições, voltando a ser eleito Presidente”, anunciou esta madrugada Mahmood Yakubu, presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
Após a divulgação dos resultados oficiais, Buhari afirmou que esta é “uma nova vitória para democracia”. No Twitter, postou uma fotografia, mostrando quatro dedos em cada mão: o número total de anos para que foi eleito. “A nova administração vai intensificar os seus esforços no setor da segurança, na reestruturação da economia e no combate à corrupção”, prometeu, perante simpatizantes na sede do APC, em Abuja. “Gostaria de fazer um apelo especial aos meus apoiantes, para não se gabarem ou humilharem a oposição. A vitória é recompensa suficiente para os nossos reforços”, acrescentou o Presidente.
O partido no poder, o APC, venceu em 19 dos 36 estados do país, segundo a comissão eleitoral. Mas o partido do principal candidato da oposição, Atiku Abubakar, contesta os resultados.
Oposição pondera ação judicial
A poucas horas do anúncio dos resultados do escrutínio, o Partido Democrático do Povo (PDP) rejeitou os números divulgados pela CENI. Alegando fraude eleitoral, exigiu mesmo a suspensão da contagem e novas eleições em quatro estados do país: Yobe, Zamfara, Nasarawa e Borno.
“À medida que os resultados começaram a ser divulgados no domingo, colocando claramente o PDP na liderança, o partido no poder e o Presidente Buhari enviaram para as diferentes regiões do país altos funcionários para influenciarem os resultados”, afirmou Uche Secondus, do PDP. “Entendemos, por isso, que os números agora anunciados pela Comissão Eleitoral estão incorretos, o que é inaceitável para o nosso partido e para o povo.”
Atiku Abubakar ainda não se pronunciou sobre os resultados. Mas Osita Chidoka, um representante do PDP, adiantou hoje aos jornalistas que o partido está a ponderar contestar os resultados em tribunal.
Violência e atrasos
As eleições gerais de sábado na Nigéria deviam ter-se realizado uma semana antes, mas foram adiadas pela comissão eleitoral devido a problemas logísticos. Observadores alertaram, na altura, para as implicações que o adiamento poderia ter na afluência às urnas.
A participação nestas eleições – 35,6% – foi menor do que a registada nas presidenciais de 2015, em que 44% dos eleitores registados foram votar.
A CENI fez um balanço positivo do escrutínio. Mas grupos da sociedade civil lamentaram o elevado número de mortos registados. Dados recentes revelam que 53 nigerianos perderam a vida em episódios de violência.
C/dw.com