Um dos advogados do ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, José Preto, abandonou a equipa jurídica de Bruno de Carvalho por ter sido entregue um documento ao juiz à sua revelia. Trata-se de um parecer de José Manuel Anes, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), em que se defende que no caso das agressões aos jogadores e equipa técnica do Sporting em Alcochete não deve constar a acusação de terrorismo.
Preto confirma “estar em divergência com algumas coisas”. Roberto Silva Carvalho, outro elemento da equipa com procuração para representar o Bruno de Carvalho, é que entregou o parecer ao juiz. “Acho grotesco que se entregue um parecer de uma pessoa que não é jurista. Em matéria de direito, um parecer de um não jurista é proibido. Acho imperdoável que o meu ilustre constituinte se tenha deixado manipular desta maneira”, afirmou.
Em janeiro, o TIC do Barreiro declarou a especial complexidade do processo da invasão à Alcochete, pedida pelo MP, o que, consequentemente, dilatou o prazo de prisão preventiva dos arguidos que se encontram presos. Esta decisão teve como consequência directa o alargamento do prazo – até 21 de setembro – para se proferir a decisão instrutória (se o processo segue para julgamento), sem que 23 dos arguidos sejam colocados em liberdade.
Os primeiros 23 detidos pela invasão e consequentes agressões a futebolistas, técnicos e elementos da equipa ‘leonina’ ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva a 21 de maio do ano passado.
Aos arguidos que participaram no ataque à Academia do Sporting, em 15 de maio de 2018, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados como autores morais de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e de crimes que classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está ainda acusado de um crime de tráfico de droga.
C/DN e Sábado