A delegação da Organização de Mulheres em São Vicente lançou na tarde de terça-feira, 14 de janeiro, uma formação de costura, desenhos de moda e renda, coordenada e executada pela estilista internacional Maria Moreira, a primeira de 2025. Com duração de três meses, a formação abarca 12 mulheres de diferentes faixas etárias e é co-financiada pela OMCV e pela própria estilista que, de acordo com a delegada Fátima Balbina, conseguiu um financiamento em Espanha.
Segundo esta responsável, esta formação, que vai estar a cargo desta estilista internacional, terá ainda três formadoras de Cabo Verde, Teodora Neves, Fátima “Fatú Criolinhas” Delgado e Mário Nunes Gamboa. Serão 250 horas de formação, sendo 60 de módulos transversais e 190 horas de prática de costura, desenho de moda e rendas. “É uma formação com duração de três meses e, durante todo este tempo, teremos aqui a estilista Maria Moreira, que se disponibilizou para custear as suas passagens e estadia em São Vicente, para além de doar vários materiais para este curso. Estamos a iniciar 2025 com o pé-direito, como se costuma dizer”, declarou Fátima Balbina, ao Mindelinsite.
Cada formador, prossegue, vai ministrar um dos módulos preparados para esta formação que, de acordo com a delegada da OMCV, está a ser preparada há três anos e que felizmente se concretizou agora, com a vinda desta estilista espanhola, que é uma amiga de Cabo Verde, de S. Vicente e da Organização das Mulheres. “Maria Moreira esteve aqui em 2016 para dar formação. Retornou à Espanha, mas fez uma promessa de que voltaria com uma formação de corte e costura. Acreditamos e estamos aqui agora a dar início a este curso”, celebrou, realçando que esta é uma oportunidade ímpar para a OMCV e para as formandas, que têm a responsabilidade de aprender e elevar esta profissão.
“Vocês estão aqui para receber ensinamentos para que depois possam também ser formadoras nestas áreas em Cabo Verde, sobretudo em S. Vicente. É vossa responsabilidade retomar esta profissão, que é muito bonita. Ser costureira, alfaiate ou rendeira é ser um artista que transforma pedaços de tecido e de linha em arte”, sublinhou, reconhecendo que, em Cabo Verde, não se dá o devido valor às costureiras, que sentem a sua profissão diminuída. “Esta é uma grande profissão. Andamos na rua bem vestidos e na moda porque existem esses profissionais, que devem ser acarinhados e respeitados”, reforçou.
Já Maria Moreira manifestou satisfação por colaborar com a OMCV e com a sua presidente, Fátima Balbina, que trabalhou muito para que esta formação se concretizasse. “É um prazer estar qui para coordenar esta formação. Sempre gostei da cidade do Mindelo. Há muitos anos ministrei a minha primeira formação aqui na OMCV, com apoio de Fátima, com rendeiras. Elas têm muito mérito e é um artesanato que merece continuidade”, afirmou a estilista espanhola.
“Nesta formação, que é para costureiras experientes, vamos aplicar rendas e desenhos de moda. É uma troca, mais uma porta que se abre para que as costuras sejam mais atuais. As rendas que fazíamos antes deixaram de ser usados como tal, mas hoje ganham espaço na moda. Hoje aplica-se a renda na moda por toda a Europa e resto do mundo. E estes trabalhos estão a ter grandes êxitos”, especificou, realçando que o que pretende é dar às rendas um lugar importante, com moldes e costura de moda.
A primeira aula, que aconteceu no final da tarde de ontem, foi motivacional, uma prática adotada pela OMCV, com modelos transversais, deste género, motivação e autoestima. O propósito é não só saber fazer, mas também saber ser e estar, enfatiza Fátima Balbina. Outro módulo importante deste curso é comunicação e relações interpessoais para que os formandos possam aprender a comunicar entre si, com os colegas e com outras profissões. A estes junta-se o módulo gestão de pequenos negócios para auxiliar os que queiram enveredar para o empreendedorismo.