O movimento nos aeroportos de Cabo Verde caiu este ano 43,5% até agosto, em termos homólogos, para menos de 380 mil passageiros, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, indicam dados oficiais, divulgados esta semana pela Agência de Aviação Civil (AAC).
Os aeroportos e aeródromos do país registaram de janeiro a agosto de 2021 um movimento de 7.630 aeronaves em embarques e desembarques – quebra de 25% face a 2020 -, em voos internacionais e domésticos. O número de passageiros foi de 163.200 em voos domésticos e 215.476 em voos internacionais, conforme o relatório da ASA, que revela ainda que estes números traduzem-se num movimento global de 378.676 passageiros, contra os 671.275 em igual período do ano passado. Porém, os aeroportos só funcionaram em 2020 até março, tendo sido suspensas todas as ligações aéreas, domésticas (até julho) e internacionais (até outubro), para conter a pandemia de covid-19.
De janeiro a agosto de 2019, antes da pandemia de Covid-19, os aeroportos movimentaram 1.853.090 passageiros, em 23.065 movimentos de aeronaves. Dados avançados pela agência Lusa revelam que o movimento nos aeroportos do país deverá ficar abaixo de 500 mil passageiros este ano, agravando a perda de quase dois milhões de passageiros em 2020, segundo as estimativas da empresa estatal Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
As previsões constam do relatório e contas de 2020 da empresa que gere os quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país, fortemente afectada pela pandemia de covid-19, que levou a um prejuízo de 1.771 milhões de escudos (menos 16 milhões de euros) no ano passado. Por conta disso, a actividade da ASA encontra-se “fortemente condicionada, sendo que apresenta diferentes perspectivas entre segmentos de negócio para 2021”, reconhece, admitindo que no caso do segmento de Gestão Aeroportuária, o cenário é “conservador, sendo fortemente dependente do sector do turismo, que se encontra perante um desafio sem precedentes”.
“Neste contexto, em 2021, o movimento de aeronaves deverá apresentar uma nova redução, prevendo-se uma quebra em torno dos 18%, face a 2020, refletindo-se num movimento de passageiros cerca de 38% abaixo de 2020. Para estas perspectivas contribui, igualmente, a questão do primeiro trimestre de 2020 (…), na qual se continuava a observar um crescimento do tráfego apenas interrompido no decorrer de Março de 2020 [devido às restrições provocadas pela pandemia]”, lê-se no relatório.
Esta previsão agrava o cenário de 2020, em que de acordo com o relatório e contas da empresa, que contabilizou no ano passado um movimento de 775.998 passageiros (embarques, desembarques e em trânsito), menos 72% (perda de quase dois milhões de passageiros) face a 2019, enquanto o movimento de aeronaves caiu 63% (-22 mil), para 13.162.
A concretizarem-se essas previsões, os aeroportos de Cabo Verde deverão receber este ano (desembarques, embarques e trânsito) cerca de 481 mil passageiros (2.771.931 em 2019, antes da pandemia) e quase 10.800 movimentos de aeronaves (35.202 em 2019). Cabo Verde registou em 2019 um recorde de 819 mil turistas, sector que garante 25% do Produto Interno Bruto, mas que está parado desde março de 2020, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, afectando igualmente o sector aeronáutico e de navegação aérea.
Fonte: NewAvia.com