O Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente (MDSV) e o Sokols 2017 questionam a construção do novo centro de expurgo no cais do Porto Novo. É que, para além de existir uma infraestrutura similar em funcionamento na cidade, afirmam que se trata de se trata de um grave erro de planejamento que vai estrangular e comprometer a funcionalidade daquele porto marítimo.
Estas preocupações foram manifestadas hoje, em conferência de imprensa no Mindelo, pelo porta-voz destes dois movimentos cívicos. Para Maurino Delgado há projectos que geram alguma dificuldade de entendimento se são de desenvolvimento ou simplesmente para alimentar a clientela.
É o caso do novo centro de expurgo, anunciado pelo Primeiro-ministro para ser construído no cais do Porto Novo. “São projectos que só servem para empobrecer o país, como também o são a asfaltagem da estrada do Calhau em São Vicente e a da estrada Janela/Ponta do Sol. É um projecto de desenvolvimento ou um projecto para alimentar a clientela?”, interroga.
Em relação ao centro de expurgo, diz Delgado, existe um em funcionamento a menos de um quilometro do centro da cidade, construído no governo do PAICV e que é subutilizado. “Porque motivo vão construir um outro, gastando 80 mil contos? Porque razão vai ser construído justamente no cais, se pode ser erguido num outro sítio?”questiona, sobretudo tendo em conta que vai estrangular o funcionamento e a expansão futura do caís.
Neste sentido, defende que a reivindicação dos condutores de que a atual localização do centro acaba por onerar os custos dos produtos, ainda que pode ser justa, não se justifica com erros de planeamento. “Sou contra a construção deste novo centro de expurgo porque vai ser no cais, lugar onde só devem ser erguidas obras que, pela sua especificidade, não podem ficar em outro sitio.”
No caso em apreço, remate, construir um novo centro de expurgo na cidade do Porto Novo é totalmente desnecessário, tendo em conta a existência de uma infraestrutura similar e a funcionar. “Entendo que o atual centro deve ser melhorado na funcionalidade e gestão. Nunca vir gastar 80 mil contos num novo espaço e, principalmente, criando problemas na funcionalidade do caís.”