Pub.
Economia
Tendência

Manuel Mendes faz balanço positivo do 1º ano do Ouril Hotel em S. Vicente, mas pede maior presença das instituições e mais transportes

Pub.

O empresário Manuel Mendes promoveu esta quarta-feira um “café com a imprensa” para fazer um balanço do primeiro ano de funcionamento do Oril Hotels e perspectivar o futuro deste que é o maior hotel de São Vicente, com capital 100%cabo-verdiano do grupo Mendes& Mendes. Em apenas um ano, frisou, – foi inaugurado a 30 de agosto de 2023 – o hotel mais do que duplicou a sua mão de obra e teve uma taxa de ocupação acima dos 60%, que este considera de “muito positivo”. Mas, segundo o operador, poderia ser melhor se o problema dos transportes fosse resolvido. Este criticou ainda a postura de algumas instituições e serviços e clama à uma mudança de mentalidade generalizada. 

Manuel Mendes garante que a razão deste grande investimento – o hotel possui 130 quartos – é criar postos de trabalho. Arrancou com 52 funcionários e agora já ultrapassou uma centena. “Considero que, dentro da média e para o começo, tivemos uma boa taxa de ocupação, sobretudo no inverno. Nos meses de junho e julho, andamos a volta dos 65 a 70% de ocupação. Estivemos bem também em abril”, pontou a administradora Carine Mendes, para quem, neste primeiro ano, a preocupação era conhecer o mercado. “Foi um estudo de campo. E foi uma boa surpresa. Também estivemos focados em criar a equipa, o serviço e a marca. Em suma, passar a nossa forma de trabalhar para a nossa equipa .”

Publicidade

Apesar de satisfeito, Manuel Mendes faz algumas ressalvas que, resolvidas, poderiam melhorar ainda mais os indicadores, sobretudo quanto ao funcionamento das instituições e serviços. Cita, a título de exemplo, o Aeroporto Cesária Évora, a Câmara do Comercio e a Justiça. “Mindelo é a maior cidade de Barlavento e, do meu ponto de vista, devia acolher as demais ilhas deste grupo, de Boa Vista a Santo Antão para desenvolverem em conjunto e serem mais fortes. A ilha precisa estar aberta aos investidores para fazerem as coisas acontecerem. Em suma, é preciso uma mudança de mentalidade”, desabafa.

Instado a detalhar, o empresário defende que é preciso que a justiça funcione de forma mais célere. Por outro lado, as instituições precisa fazer cumprir as leis e, sobretudo, tratar as questões de forma mais praticas porque as pessoas que procuram a ilha – emigrantes, turistas ou operadores econômicos – não têm tempo a perder. “Há oportunidades em outros locais e, cada vez que as pessoas vierem e não conseguirem resolver os seus problemas ou implementar os seus projectos, vão desviar para outros destinos. Do meu ponto vista, existe uma instituição que tem um papel importante, a Câmara do Comércio. Deve acompanhar os projectos e defender a classe empresarial de S.Vicente, que precisa de um defensor para fazer as coisas funcionarem. Precisa sair do gabinete.” 

Publicidade

Para Manuel Mendes, não é normal um investidor chegar em qualquer instituição da ilha e ser recebido por um segurança, sendo que é ele que traz dinheiro, postos de trabalho e riqueza. “Entendo que os empresários são pessoas sérias, com ideias claras e, quando escolham esta ilha para investir, é porque fizeram um estudo prévio. Por isso, merece outro tratamento. Somos um grupo que veio para investir e estamos preocupados com o desenvolvimento da ilha como um todo, não com os que vivem bem.” 

Aliás, sublinha, neste momento a maior preocupação social do grupo é garantir os salários, criar mais postos de trabalho e apoiar programas de educação e de integração dos jovens, sobretudo os em situação mais complexa, para que possam retornar suas vidas e contribuir para o desenvolvimento da ilha. Para isso, defende, é preciso investir e principalmente ser patriótico. Questionado sobre o impacto da imprevisibilidade dos transportes no funcionamento do hotel, Manuel Mendes assegura que este é perceptível para qualquer pessoa. Apesar disso, prefere dar o beneficio da duvida porque, afirma, esta-se em fase de mudança, de uma nova companhia aérea e as coisas podem melhorar. 

Publicidade

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo