A 7ª edição do Kavala Fresk Feastival (KFF), que se realiza este sábado, 13, está a motivar jovens empreendedores mindelenses da área da restauração, que querem com a sua presença neste evento diversificar os seus espaços e conquistar novos degustadores. São os casos, por exemplo, do Bar Gonçalo, Rústico e Flôr de Oliveira de São Pedro, três iniciativas de jovens recém-licenciados, sendo o último por influência dos filhos dos donos que quiseram estar presentes nesta edição do festival gastronómico.
No total, o KFF vai receber 25 restaurantes, mais quatro que o evento de 2018, o que, segundo São Delgado, mostra o interesse que vem despertando em São Vicente. A organização também expandiu o espaço “Grelha” para atender a procura de jovens empreendedores. “Tivemos mais quatro restaurantes para além dos que estiveram no ano passado. Mas o melhor é que este ano tivemos uma grande procura de jovens empreendedores do que nos anos anteriores, em que os restaurantes interessados eram os que queriam consolidar os seus negócios”, afirma São Delgado.
O espaço “Grelha” receberá este ano uma média de 12 grelhadores e em melhores condições, para que possam trabalhar num lugar mais aprazível e os consumidores possam estar mais à-vontade. Também nesta área, os grelhadores são na maioria recém-formados em Gestão Turística e Hoteleira que, de acordo com São Delgado, já trabalharam em edições do festival como contratados, mas que este ano estão com iniciativas próprias.
Peixes exclusivo
Encorajada por esta demanda, sobretudo por parte dos jovens, a empresa Mariventos, entidade que organiza o festival, resolveu apertar na fiscalização. Segundo São Delgado, os restaurantes são obrigados a ter na sua ementa apenas peixes porque este é um festival gastronómico voltado para o mar. “Vamos ter uma fiscalização mais apertada para que os restaurantes possam respeitar o compromisso assumido com este festival, que é um dia dedicado ao peixe, ao marisco e ao mar, seja cavala, atum, garoupa, olho largo, búzio, lapa, entre outros. Isto porque há mercado. Há pessoas que vêm para o festival para comer cavala e degustar pratos com frutos do mar.”
Porque todos os participantes assinaram um regulamento, os restaurantes que desrespeitarem as regras serão fechados automaticamente. Tudo para manter a linha e evitar que o evento seja prejudicado. “Queremos incutir nas pessoas o respeito pelo compromisso para o bem do festival, do nome dos seus restaurantes, de São Vicente e de Cabo Verde”, acrescenta São Delgado.
Inovações gastronómicas
Em relação as novidades gastronómicas, uma das bandeiras deste festival, Josina Freitas diz que estas vão depender dos restaurantes. Esta acredita, no entanto, que haverá muita inovação porque há muitos jovens empreendedores envolvidos. Isto, garante, motiva os restaurantes habituais que se desafiam a si mesmo enquanto que os estreantes vão tentar surpreender. “Sempre temos expectativas, enquanto organização, sobre as novidades que os restaurantes vão apresentar. Mas o festival é de todos, é da Mariventos, dos restaurantes, do público, em fim, o seu sucesso depende da criatividade das pessoas. Esta é a grande mais-valia do Kavala Fresk Feastival.”
Esta confiança advém da forte procura, mas também do envolvimento dos mindelenses, caso das peixeiras, através da sua associação, diz Josina, que acredita estarem reunidas todas as condições para que este seja um grande festival. Ainda assim, ela abstém-se de falar da quantidade de cavala que será consumida ao longo do festival.
Vender peixe
“Na 1ª edição assumimos esta responsabilidade porque havia alguma descrença por parte dos restaurantes. Sentimos a necessidade de chegar à frente. Como costumo dizer, literalmente ´vendemos o peixe`. Contactamos um armador, que nos forneceu uma determinada quantidade de cavala para abastecermos os restaurantes. Agora já sabem que é viável. Então, este já não é nosso trabalho, até porque não somos armadores e nem estamos neste mercado. Os números que avançamos no balanço à imprensa é uma média aproximada dos dados fornecidos pelos restaurantes.”
Da programação constam teatro infantil, passeios de botes, workshops com mini-chefes, destaque este ano para o master class com um chef argentino de ascendência cabo-verdiana que vai falar do aproveitamento integral do peixe, inclusive das espinhas. “Como estamos a falar do ambiente, entendemos fazer um workshop sobre a cozinha sustentável. São pequenos gestos que fazem a diferença. Vamos aprender a aproveitar alimentos locais, inclusive os que consideramos desperdício, por exemplo espinhas de cavala. É por isso que digo que o KFF tem todos os condimentos habituais.”
Constânça de Pina