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Kavala Fresk Feastival: Maior público de sempre no Kavala Mob, peixeiras dizem-se preteridas pela organização 

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O Kavala Mob, com a Bateria Mindel Samba e algumas figuras de destaques do Carnaval de São Vicente, arrastou o maior publico de sempre desde o Mercado Municipal até a Gare Marítima na Avenida Marginal anunciando a abertura da XI edição do kavala Fresk Feastival. Quem não ficou satisfeito com o que viu foram as peixeiras do Mercado Municipal de São Vicente que, exibindo cavalas, alegaram ter sido preteridos pela organização.

“Este é o nosso festival. Estivemos nas primeiras edições a anunciar a abertura do evento. Infelizmente, este ano não fomos contactados. Optaram por trazer o Carnaval, que não tem nada a ver com este certame que promove a cavala. Nós é que somos peixeiras. Gravamos o clip deste evento e deveríamos estar aqui a representar os profissionais mais ligados à este festival. Mas também entendemos que devemos receber algum patrocínio”, disse a peixeira Nair, muito conhecida e um dos rostos da exposição de fotografias “Pulsar Mindelo”, de Tchitche Lima, patente no Centro Cultural do Mindelo.

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Mesmo sem serem convidadas, fizeram questão de posicionar à frente do Mercado de Peixe para demonstrar o seu descontentamento, exibindo cavalas, curiosamente num dia de boa captura.

Peixeiras do Mercado Municipal

Em resposta, São Delgado esclareceu que o “Kavala Mob” é um momento público de mobilização onde as pessoas que “vestem” a camisola deste festival marcam presença. “Não fazemos convites individuais e nem pessoais. Abrimos o Kavala Mob ao público. É para todos, desde carnaval, peixeiras, pescadores, restaurantes aos inscritos para o ‘Pexe ne brasa’ e o público em geral. Não é um evento direccionado especificamente para grupos determinados e as peixeiras são benvindas porque sem elas não conseguimos fazer o festival”, explicou esta membro da Mariventos, organizadora do festival.

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Delgado partilha este protagonismo com os pescadores, que considera ainda mais importantes porque sem eles, diz, não há peixe no mercado para as peixeiras venderem. “Se não houvesse cavala era impossível a Mariventos organizar este festival. Isto para dizer que todos, nesta cadeia, são importantes no KFF. Não podemos fazer este festival a 100% e com o brilho almejado se faltar muitos destes elementos. Queremos contar com todos, mas não direcionamos convites”, sublinha São Delgado, que faz questão de frisar que o mercado sempre foi convidado para fazer parte do Kavala Fresk.   

Lamenta, por isso, que nas últimas edições a organização tenham encontrado alguma resistência da parte das peixeiras. “Nós também esperamos que nos dêem algo em troca. Não pode ser apenas a organização do Kavala Fresk Feastival a ir ao encontro das peixeiras para mostrar que precisamos delas. Queremos um evento mais bonito e que todos contribuam para que marque esta ilha e Cabo Verde. Se todos participarem, o festival ganha mais brilho”, ressaltou São Delgado, acrescentando que, relativamente ao festival em si, está tudo a postos para que seja mais um sucesso. 

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Tivemos um ligeiro atraso, mas depois foi tudo tranquilo. Tivemos a maior mobilização de sempre no Kavala Mob, juntando dois eventos que atraem multidão. Entendemos que o carnaval também faz parte deste festival. Esperamos que tudo corra conforme o previsto. Este é o primeiro e único dia.”    

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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