O Fundo Yunus Invest, que vai financiar a construção do Golden Tulip Mindelo Hotel, veio para ficar por um longo tempo em Cabo Verde. A garantia foi dada hoje em São Vicente pelo investidor e fundador deste fundo. Jehu Ndoumi mostrou-se satisfeito pelo acordo com a Matiota Investimento e disse estar interessado em contribuir para fazer recuar a pobreza no país, através do financiamento de pequenos projectos voltados para a população.
Ao falar das perspectivas do Fundo Yunus para Cabo Verde, Jehu Ndoumi destacou o interesse desta plataforma, que congrega investidores de todo o mundo no arquipélago. “Temos interesse em Cabo Verde porque percebemos que o país pode nos servir de ponte entre a África, Europa e América. É um país que conheço há mais de três anos. Já estive aqui em três ocasiões e visitei a maior parte das ilhas”, afirmou, realçando que os serviços oferecidos por Yunus permitem agir principalmente sobre as desigualdades, tecer novas formas de solidariedade e produzir inovação social.
Apesar da sua forte presença, sobretudo nos países da África Central, ainda não tinha entrado em Cabo Verde, o que acontece agora que vai disponibilizar 29 milhões de euros para a construção do Golden Tulip Hotel. “Estamos decididos a instalar aqui por um longo tempo, financiando projectos, sendo este apenas o primeiro. Já temos experiência com financiamento e concessão de hotéis em países como os Camarões, República Centro Africana e República Democrática do Congo (RDC)”, elenca Jehu Ndoumi.
Nesta sua primeira experiência em Cabo Verde, o fundador da Yunus Invest mostrou-se confiante na parceria entre a Matiota Investimentos e o fundo que, a partir dos ativos conseguidos nas atividades petrolíferas de gaz e outras matérias-primas, conseguiu entrar no mercado das finanças e assim disponibilizar capital para empreendimentos em África.
“Estamos satisfeitos por conseguir ir ao mercado internacional procurar financiamentos para projectos, sobretudo na Africa Central e nos Camarões, onde implementamos um sistema de banco online que permitem as populações desfavorecidas obter créditos sem garantias”, exemplifica, destacando igualmente as ajudas a outos países como Senegal e Costa do Marfim, através de politicas sociais, sempre com foco nas populações.
A signa Yunus, explicou, é uma combinação de dois factores, primeiro do economista e banqueiro Bangladesh Yunus Muhammad, que venceu o Nobel da Paz em 2006 devido a criação do micro-credito no seu país. Já a outra razão é sobretudo espiritual. Tem a ver com o profeta Jonas, que em francês escreve-se Yunus, que foi importante em pelo menos três religiões, no Catolicismo, no Islão e no Judaísmo, e o único do Judaísmo a ser nomeado no Alcorão.
