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Economia

Dívida pública aumentou e já representa 152,8% do PIB projectado para 2021

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O stock da dívida pública no mês de junho último fixou-se em 268,33,2 milhões de escudos cabo-verdianos, ou seja, 152,8% do Produto Interno Bruto (PIB) projectado para este ano. Trata-se de um aumento de 2.7 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2020. Já o PIB contraiu 11%, mais 5,6% em relação ao 1º trimestre do ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, para quem o desenvolvimento da actividade económica continua a ser afetado pelos choques adversos da pandemia da Covid-19.

Segundo um comunicado emitido pelo gabinete de imagem do Governo relativo a Execução Orçamental do 2º Trimestre, do lado da demanda agregada este desempenho negativo advém das exportações e das despesas de consumo privado. “Derivado das restrições impostas pela Covid-19 ao nível global, as exportações diminuíram 66,7% face ao período homologo – contributo de -30,4 pontos percentuais para o crescimento -, devido as fortes reduções das exportações de bens e serviços, nomeadamente das viagens de turismo (-91,6%), serviços de transporte aéreo (-87,5%), produtos do mar (-42,3%) e vestuário (-39,5%”, detalha.

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Relativamente ao consumo privado, prossegue, contraiu 14,5% – contributo de -8,6 p.p para o crescimento – pese embora a continuidade dos programas implementados pelo Governo, visando minimizar os efeitos socioeconómicos da pandemia. “Os investimentos continuaram com a trajetória de crescimento (16,2%), reflectindo a maturação de projectos privados, sobretudo investimentos externos”, pontua.

O Governo diz ainda que, no 2º Trimestre deste ano, os preços começaram a acelerar, sendo que a média anual da inflação foi de 0,2%. Este comportamento foi derivado sobretudo dos preços internacionais dos energéticos. No entanto, os indicadores de conjuntura apontam para a recuperação da actividade económica neste período. “O ritmo de crescimento económico manteve a tendência ascendente neste trimestre, revelando que o clima de negócios é favorável de acordo com apreciação dos empresários da construção, do comércio em estabelecimentos, do turismo, da industria e dos transportes e serviços auxiliares aos transportes.”

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Quanto aos dados da execução orçamental, os dados provisórios apontam para um salto global negativo de 8.084 milhões de escudos, o que representa um défice de 4,6% do PIB. Este resultado decorre do decréscimo na arrecadação das receitas totais (-9,3%), com destaque para as fiscais (-5,9% e donativos (-50,4%). Já as despesas, no mesmo período, agravaram 4,4%, muito por conta das actividades de combate e resposta à Covid-19. “A rigidez da despesa pública, por conta das despesas obrigatórias, com destaque aos salários e às pensões, constitui um facto restritivo na utilização do instrumento dos cativos, pelo que continua a registar um saldo operacional negativo de 7.582 milhões de escudos e um saldo corrente primário negativo de 5.593 milhões de escudos”, justifica.

Termina dizendo que a diminuição das receitas totais e a limitação estrutural de ajustamento do lado das despesas, traduziram-se num aumento das necessidades de financiamento, com impacto directo na dívida pública, cujo stock em junho fixou-se em 268.339,2 milhões de escudos, ou seja, 152,8% do PIB projectado para este ano.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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