O Banco de Cabo Verde alterou a sua estrutura de taxas de juros para aumentar o crédito à economia. Neste sentido, baixou a taxa das facilidades permanentes de liquidez (FPC) em 150 pontos base de 4,5 para 3% e indexou a taxa das facilidades permanentes de absorção de liquidez (FPA) à sua taxa directora. Mas manteve as restantes taxas nos níveis actuais.
A medida de carácter essencialmente técnico, explica, visa aprimorar o seu quadro operacional da política monetária, reforçando o canal de juros. Tem em vista ainda o aperfeiçoamento do mecanismo de transmissão monetária, mas tem o potencial de reforçar a orientação da política monetária para um maior estímulo ao crédito e ao crescimento económico.
“Tais alterações traduzem um esforço de alinhamento do quadro operacional da política monetária à teoria e às melhores práticas internacionais, implicando, simultaneamente, um realinhamento da taxa de cedência nacional às taxas internacionais relevantes para o país, em especial às da Zona Euro”, lê-se num comunicado publicado no seu site.
Este vai ainda mais longe e afirma que a sinalização da política monetária ora adotada está consentânea com a orientação da política monetária actual nacional e internacional. Norteia, também, para o reforço da confiança dos agentes económicos na autoridade monetária como provedora de liquidez de última instância, podendo contribuir, desta forma, para estimular o crédito bancário e o crescimento económico.
A redução da taxa das facilidades permanentes de cedência de liquidez em 150 pontos base poderá resultar, num aumento marginal do crédito à economia em 2019 e 2020 e mais significativo em 2021.
O BCV realça, no entanto, que os impactos almejados destas medidas serão melhor sucedidos se combinadas com outras medidas de política económica de carácter estrutural, visando o aperfeiçoamento do canal do crédito, enquanto canal transmissor dos impactos da política monetária.
Constânça de Pina