O treinador da equipa São Pedro Futebol Clube, em nome dos moradores, quer que esta aldeia piscatória tenha um campo de futebol com condições para receber jogos oficiais. Achilles Castelano acredita na evolução dos trabalhos que vem sendo feito, mas entende que se os atletas trabalharem em melhores condições conseguirão melhores resultados.
Achilles Castelano, antigo jogador de futebol na Itália e actualmente graduado como treinador federado, mostra-se esperançoso que este “sonho” vá se concretizar, após receber, no último sábado a visita do presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves.
“O presidente esteve cá numa visita, entregou mascaras de proteção e uma bola de futebol. Alem disso, viu as condições do polivalente da zona e mostrou a disponibilidade da autarquia em construir um campo com condições para que os atletas possam praticar o seu desporto”, expõe este italiano.
A zona possui duas equipas de futebol, e dezenas de atletas com idades variadas, a partir do 5 anos de idade. O campo desportivo da localidade é visto como um ponto de agregação onde os treinos dos mais jovens são feitos não só para serem bons atletas, mas também como forma de disciplinar estes cidadãos.
Com largos anos de experiência como treinador, Achilles diz que trabalhar com os jovens cabo-verdianos lhe trouxe uma outra perspectiva de encarar o desporto. “Jogar para estes jovens é uma festa. Quando estão com uma bola nos pés tem um sorriso fácil e contagiante. É certo que saem de lá muitos bons atletas, porém é visível que as crianças desta zona precisam principalmente de mais afeto”, expõe Castellano.
Mas para evoluírem e continuarem a ter ganhos, entende que as condições físicas do atual espaço de treino já não satisfaz a comunidade desportiva de São Pedro. “É preciso que o campo tenha uma dimensão regulamentar e um balneário para que as crianças possam tomar um banho depois dos treinos. Precisa ainda de um espaço para guardarem seus pertences, em segurança. Os habitantes de São Pedro merecem este olhar em particular”, diz.
Para este treinador, que fala em nome da comunidade desportiva da zona, estas mudanças trariam mais rendimento aos atletas, sobretudo nos confrontos com clubes de outras localidades, uma vez que teriam a vantagem de jogar em casa, perante uma bancada familiar.
Não é a primeira vez que este homem do futebol procura ajuda em nome do desporto de São Pedro. Há dois anos recebeu uma proposta para levar vinte atletas para jogar um torneio na Europa, porém não conseguiu os vistos necessários. Diz que, apesar do esforço sem sucesso, esta é uma dívida que tem para com estes jovens, que por momentos ousaram sonhar mais alto.
Sidneia Newton (Estagiária)