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Treinador do Real Sociedade de São Vicente revoltado com não realização do campeonato nacional de basquetebol 

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O treinador do Real Sociedade, clube bi-campeão regional de basquetebol de São Vicente, está revoltado com a não realização do campeonato nacional da modalidade da bola ao cesto, sem explicação por parte de quem de direito. Num exclusivo Mindelinsite, Adérito Rocha disse que a situação repete-se pelo segundo ano consecutivo, alegadamente por falta de verbas. 

De acordo com o treinador da equipa de “Fernando Pó/Ribeira de Craquinha”, o campeonato nacional sénior de basquetebol deveria acontecer uma semana depois dos nacionais feminino e masculino sub-18, realizado em São Vicente em finais de agosto e primeira semana de setembro. Infelizmente, tal não aconteceu e até agora não receberam qualquer justificação da parte da Federação.

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Ainda não se realizou, aliás, sequer foi marcado a data do campeonato nacional de basquetebol. Na época desportiva passada também ficamos a aguardar cerca de quatro meses para se realizar esta que é a prova rainha da modalidade da bola ao cesto, que só após muita pressão dos campeões regionais. Na altura, diziam-nos que o nacional iria acontecer, mas nunca marcavam uma data. Foi só depois que as equipas fizeram uma denuncia pública, através da televisão, que decidiram marcar”, explica Rocha.

Por ter sido “em cima do joelho”, este afirma que a prova acabou por ser afetada porque não havia uma organização consistente. Por outro lado, o nacional contou com a participação de apenas quatro equipas, após desistência do campeão regional do Sal devido aos sucessivos adiamentos. “Para se ter uma ideia, jogamos por volta das 14 horas de tarde porque não havia campos disponíveis, o que para o basquetebol é quase que um despropósito. E este ano estamos a caminhar na mesma direção. O nacional estava previsto para uma semana depois dos nacionais feminino e masculino sub-18. Nada”. 

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Questionado sobre possíveis explicações ou justificações da entidade que gere esta modalidade para esta demora, Adérito Rocha mostra-se mais insatisfeito ainda porque, afirma, não dizem nada. “Este é o maior problema. Ninguém nos diz nada. Segundo rumores que chegaram até nós, a não realização do nacional deve-se a falta de verbas. Mas, oficialmente, não temos qualquer explicação. De inicio, alegaram que estava a decorrer, em S. Vicente, os campeonatos feminino e masculino juniores e que o seniores aconteceria na sequencia. Agora estão a dizer que não há dinheiro.” 

Este ano, a par do Real Sociedade foram apurados campeões regionais de Santo Antão, Sal, Santiago Norte e Santiago Sul, e Fogo. O Real Sociedade, refira-se, conquistou o bi-campeonato regional de São Vicente contra o Cruzeiros do Norte, sem nenhum derrota. Aliás, os atuais campeões estão invictos deste a época passada. “Fechamos o campeonato em finais de julho e, desde então, estamos à espera do nacional. Infelizmente, após esta longa pausa de cerca de quatro meses não sei qual é  disposição física, psicologia e mental dos meus atletas para disputar um nacional porque não estamos a treinar.”

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Lobos do Norte indignados 

Na sexta-feira, os campeões regionais da ilha do Sal, Lobos do Norte, convocaram uma conferência de imprensa para manifestarem a sua indignação pela não realização do nacional de basquetebol. De acordo com o treinador, Anderson Delgado, há dois anos que sua equipa vence o regional de depois não há nacional. “No ano passado, ficamos calados. Este ano entendemos que não dava. Estamos a treinar há dois meses e meio, e ainda não existe uma data para o nacional. Temos procurado informações junto das instancias superiores, mas o silêncio prevalece. Depois que anunciamos a intenção de fazer esta conferência, fomos contatados. Mas ainda não há nenhuma data prevista para o nacional.”

Tanto para o treinador Anderson Delgado como para Adérito Rocha é desmotivador jogar um regional e vencer, e depois treinar na expetativa de um campeonato nacional, que não acontece. “É triste porque o campeonato nacional é mais uma motivação para estes jogadores”, dizem.  

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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