O Grupo Desportivo da Palmeira é o novo campeão nacional de Cabo Verde em futebol ao vencer o Boa Vista da Praia no 4×3 nas grande penalidades, após um nulo persistente durante o tempo regulamentar da partida e prolongamento, naquele que foi um jogo típico de uma final, com poucos lances de perigo e muita cautela. A Palmeira, que conquistou o regional do Sal e a Taça de Cabo Verde, leva para a prateleira do clube o troféu maior e mais três a título individual de Djão-Jogador Mais Valioso da Final, Tatau – Melhor Futebolista e Toca/Melhor Treinador.
A final do campeonato nacional foi disputada no Estádio Adérito Sena, em São Vicente, que acolheu uma boa moldura humana, que incluiu também adeptos da Praia e do Sal, para animar esta festa do futebol, quetambém celebrava os 50 anos da independência de Cabo Verde. M as a bola só começou a rolar após uma atuação da jovem Emi Benrós, que interpretou o Hino Nacional de forma magistral.
Seguiu-se um minuto de silêncio em honra ao recém falecido antigo presidente da Palmeira, Carlos Alberto Rocha Fortes, mais conhecido por ‘Rodas’, que era também considerado um ativista de muitas causas e um salense de gema. No ano dedicado à Saúde Mental, a bola do jogo foi transportada por uma psicóloga desportiva. No que toca ao futebol em si, não foi bonito, pelo contrário. Foram 120 minutos pouco assertivos, com pausas sistemáticas, mas de muita luta de ambas as equipas.
O Boa Vista da Praia e a Palmeira do Sal estudavam-se mutuamente nos primeiros 15 minutos e os lances eram calculados, mas havia muitas interrupções por lesão dos jogadores ou queima de tempo. Os guarda-redes eram, nesta altura, meros espectadores de um jogo, sem grandes lances de perigo. Foi só à passagem do minuto 18 que o avançado da Boa Vista, Gato, numa jogada individual, tentou inverter esta tendência ao rematar para a baliza defendida por Djão. Mas a passou ao lado.
Estava feita a história da primeira metade do jogo, que teve ainda uma boa intervenção do Djão aos 37 minutos. Mas o placar se mantinha inalterado. No regresso dos balneários, as duas equipas tentaram preencher mais espaços, sobretudo a Palmeira que cresceu pelo lado esquerdo. Os dois guarda-redes foram então postos a prova algumas vezes, mas o nulo permanecia. No prolongamento, o jogo abriu-se mais e o público pôde ver mais lances de perigo do que em todo o tempo regulamentar.
No entanto, as redes permaneciam inviolados e os jogadores foram então chamados para resolver a partida a partir da marca da grande penalidade. Foi então que o guarda-redes Djão sobressaiu ao defender três pênaltis, performance que “deu” o título de campeão nacional ao Palmeira. Para além dos troféus arrematados pela equipa do Sal, foram distinguidos os jogadores Jom de Bibi do Paulense como Melhor Marcador, Toca Leite (Treinador Campeão) e Boa Vista da Praia (Prémio Fair Play).
A Palmeira recebeu ainda um troféu e um cheque de 750 mil escudos. Já a Boa Vista, segunda classificada, ganhou um troféu e um cheque de 500 mil escudos.