Pub.
Desporto
Tendência

Operadores de motas de água pedem reabertura do corredor na Lajinha 

Pub.

Operadores de motas de água de São Vicente procuraram o Mindelinsite para fazer um apelo ao Instituto Marítimo e Portuário e a Capitania dos Portos de Barlavento, para que seja reaberto o corredor da Lajinha, entretanto fechado sem qualquer explicação, para que possam utilizar os seus jets sky. Dizem que se sentem lesados com a decisão do IMP, que ameaça prender e instaurar processos aos utilizadores das motas na Lajinha e Pedra de Doca, pelo que pedem uma resposta célere das autoridades, da mesma forma que decidiram pela interdição. 

António “Toy d’ Caravela” Lima, que se apresentou como porta-voz do grupo, explica que, logo que tomaram conhecimento do comunicado, tentaram reunir com o Capitão dos Portos de Barlavento. Porém, este alegou indisponibilidade, prometendo, no entanto, receber os utilizadores na próxima segunda ou terça-feira. Entretanto, decidiram procurar a imprensa agora que o assunto está quente. “Antes existia um corredor na Lajinha para operadores de barcos de recreio e motas de água, que foi fechado sem nenhuma explicação. Aliás, no nosso caso, só tomamos conhecimento quando fomos alertados por banhistas de que o corredor foi fechado”, começou por explicar. 

Publicidade

A revolta destes operadores de motas de água é ainda maior porque, dizem, estão a ser tratados como marginais, quando na verdade são empresários, emigrantes em férias e funcionários que suaram para comprar o seu jet Sky. “Exigimos por isso respeito e consideração porque também somos cidadãos. Assim como os nadadores têm direito de frequentar e desfrutar da praia da Lajinha, também temos de andar de motas de água. Temos os mesmos direitos”, diz Toy d’ Caravela, lembrando que colaboram sempre com as actividades desportivas, caso, por exemplo, do Remex e Volta a Djéu. 

Para além do apoio, no caso de uma emergência na Lajinha somos sempre os primeiros a chegar junto das vítimas, inclusive já fomos solicitados pelos nadadores-salvadores, que precisavam socorrer um banhista que estava a ser arrastado pelo mar. Ninguém vai chegar em uma pessoa para prestar socorro antes das motas de água”, enfatiza este entrevistado, voltando a insistir no respeito e consideração.

Publicidade

Direitos iguais

Relativamente a Pedra de Doca, segundo Toy d’ Caravela, trata-se de uma zona sem as mínimas condições para nadar porquanto os banhistas têm de descer por pedras, com enorme risco de segurança. “Entendo que o direito que uma pessoa tem de descer na Pedra de Doca para nadar é o mesmo de um operador de jet Sky que prefere passear. Cada um tem direito de fazer o que quiser e puder”, enfatiza, realçando que a decisão do IMP de ameaçar prender e recolher as motas de águas baseou-se em uma queixa caluniosa, apresentada por um cidadão.

Foi feita uma queixa, assente numa mentira. Na foto ilustrativa que acompanha a queixa, o cidadão diz que os jet Sky estavam a fazer acrobacias na Lajinha. Mas, na verdade, o que se vê, são quatro ou cinco motas de água com motores desligados. Os operadores dos jet, incluindo um casal, estavam a desfrutar da água limpa, à semelhança dos banhistas. Havia também pessoas no telemóvel”, descreve.    

Publicidade
Motas de água

Toy d’ Caravela não contesta a decisão das autoridades marítimas de proibir as motas de água na Lajinha, mas pede condições mínimas para poderem operar as suas motas de água, lembrando que são cidadãos que pagam os seus impostos e empresários que criam empregos, contribuindo igualmente para o desenvolvimento de São Vicente. “Estamos a sentirmo-nos encurralados no nosso momento de lazer e sem condições de operar”, reforça

Américo da Luz prefere, por seu turno, destacar o novo filão que começa a emergir, no caso a procura turística por jet sky. “As motas de água começam também a ser uma atração turística em São Vicente. É, sem duvida, uma mais-valia para o turismo nesta ilha”, afirma este antigo emigrante, que regressou para fixar residência no Mindelo, lembrando que já são cerca de 30 operadores de jet, na ilha dos quais apenas 13 são residentes. Os restantes são emigrantes e uma empresa.

Mas, dificilmente temos mais de quatro ou cinco pessoas me motas de água, excepto quando se organizam para fazer uma volta. E o melhor lugar e a Lajinha, mas fora da zona balnear. Por isso, não é justo que sejamos excluídos, como se fossemos marginais. É por isso que estamos a exigir condições para que possamos usufruir dos jet”, afirma este ex-emigrante, que aproveita para lembrar que o IMP é a autoridade responsável por organizar as praias, com espaços para banhistas e para embarcações de recreio, devidamente delimitados os espaços para cada um.  

Feito isso, entende Américo da Luz, os incumpridores ou prevaricadores, seja de um lado ou de outro, isto é, quer seja os banhistas e detentores de motas de água ou de embarcações de recreio devem ser punidos, de acordo com a lei. Recorda-se que, foi na última quinta-feira, 25, que o IMP, através da Capitania dos Portos de Barlavento e em concertada com a Polícia Marítima, emitiu o comunicado a alertar os utilizadores das motas de água para a proibição de uso na área delimitada da Lajinha e Pedra de Doca, sob pena de aprender e instaurar processos aos aos prevaricadores. 

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo