Pub.
Desporto
Tendência

Mundial 2026: Cabo Verde sonha, veste-se de azul e consegue histórica qualificação com três golos de rajada 

Pub.

Com três golos de rajada, todos apontados na segunda metade do jogo por Daylon Livramento (47 mn), Willy Semedo (54 mn) e Stopira (90+1), a Selecção de Cabo Verde garantiu uma qualificação inédita para o Mundial 2026 nas Américas. O sonho, antes distante, concretizou-se esta segunda-feira no Estádio Nacional, cidade da Praia. Uma vitória suada que o treinador Pedro “Bubista” Brito dedicou ao presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, Mário Semedo, que assistiu o jogo em casa por motivos de saúde. Cabo Verde é o segundo menor país a se classificar para uma Copa do Mundo depois da Islândia.

Foi um jogo de emoções fortes, que começou com 15 mil almas a entoar o Hino Nacional no Estádio Nacional, mas também nas fã zonas pelo país e em casa e se prolongou por toda a partida, apesar de alguma frustração, sobretudo durante a primeira parte em que os jogadores de Eswatini faziam muita “cera”. A equipa cerrou fileira no seu meio campo e os seus jogadores, sobretudo o guarda-redes, passavam mais tempo deitados no relvado do que em pé, para desespero dos pupilos de Bubista. Ryan Mendes era um dos mais inconformados com o comportamento dos adversários, que tentavam por todos os meios desestabilizar a seleção atlântica. 

Publicidade

Ainda assim, os “Tubarões Azuis” conseguiram concretizar alguns lances perigosos, que infelizmente não resultaram em golo. As duas equipas foram para o intervalo empatadas a zero. No regresso, o treinador Bubista refrescou a equipa, que voltou transfigurada para a segunda metade. Os jogadores nacionais encurralaram a formação de Eswatini no seu reduto de jogo e, socorrendo-se dos talentos individuais de cada jogador, sufocaram o adversário, que estava então desorientado no campo.

O resultado foi imediato. Foram marcados três golos de rajada, o primeiro aos 47 minutos por Daylon Livramento, que se tornou no maior marcador da seleção azul nesta campanha para a qualificação com quatro golos e lançou a equipa para uma vitória contundente. Marcou por duas vezes na vitória de Cabo Verde sobre Angola (2×1) e novamente no Estádio Nacional, nos jogos contra Camarões e Eswatini.  Os outros dois tentos da equipa cabo-verdiana foram apontados por Willy Semedo e Stopira. 

Publicidade

No final da partida, a alegria era generalizada. As bandeiras foram levantadas, abraços e felicitações eram partilhadas, mesmo entre estranhos que se juntaram para assistir o histórico momento. Na cidade do Mindelo, os adeptos concentraram-se principalmente na praia da Lajinha, onde acompanharam cada lance através de um ecrã gigante. No primeiro período reinou a impaciência porque era visível a sede de golo. No segundo tempo a alegria tomou conta do ambiente, com os sucessivos ataques dos “tubarões”. A cada golo maior era o festejo, com as bandeiras esvoaçando por todos os cantos.

Os cabo-verdianos, que assistiram intensamente o jogo, fizeram a festa no relvado e nas bancadas do Estádio Nacional porque, advertidos das consequências de uma invasão, ninguém se atreveu a repetir a façanha da jornada anterior frente aos Camarões. Nas restantes ilhas e na diáspora também se vibrou com esta vitória.

Publicidade

O treinador Bubista foi o primeiro a dar voz à alegria dos seus pupilos e de toda a equipa técnica. “Não tenho palavras para expressar o que senti. É gratificante ver todo o nosso sacrifício ser recompensado. E tenho de deixar aqui uma palavra para o presidente da FCF, que não pôde estar no estádio para ver o jogo. Espero que se recupere rapidamente e dedico-lhe esta vitória,” declarou à RCV. 

Vários outros jogadores também aproveitaram para expressar o seu contentamento, com muitos a confirmar o nervosismo por estar a disputar a primeira qualificação de Cabo Verde em casa, no ano em que se celebra os 50 anos da independência nacional. Outros recordaram a sua trajetória no futebol e dos seus antecessores, que também contribuíram para esta qualificação histórica. 

Em São Vicente, logo após o apito final, a festa ganhou as ruas com muitos adeptos trajados a rigor, portanto bandeiras e carros a vivenciar este que é o momento maior do futebol de Cabo Verde, seguido de um desfile na Avenida Marginal ao som da bateria do grupo Cruzeiros do Norte.

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo