Vasco Martins proporciona esta sexta novo encontro espiritual no Arco na praia do Norte da Baía
O multi-instrumentista Vasco Martins oferece esta sexta-feira mais um encontro espiritual, uma espécie de ‘geopoética’, no Arco da Praia do Norte, erigido pelo artista e inaugurado no dia 21 de junho de 1998, dia do Solstício de verão. O concerto começa as 18h30 e terá a duração de 70 minutos.
Vasco Martins vai apresentar seis temas: Pont d’luz, Nôtoiah, Esperanza, Frontêra Azul, Árvore da Vida e Infinity Days Left, todos extraídos de alguns dos seus álbuns. “Os concertos no Arco representam envolvências que diria cósmicas (no sentido grego ‘do todo’) com o ambiente circundante (mar, nuvens, Lua, montes, vento, estrelas…) e o público, do qual, por sua vez, eu faço parte, ao interagir com o público e com esse ambiente”, explicou.
O ponto focal, diz o artista, é o Arco, que também já é um ex libris da ilha de São Vicente. Simboliza, afirma, a união do observador com as forças desta ilha, deste planeta e deste universo. “Vou usar três sintetizadores, aliás sistema que aprecio porque concentro-me mais na música e painéis centrais, e não no manejo de outros instrumentos suplementares. E, como tenho feito, será uma performance em ‘tempo-real’ sem computador auxiliar, de modo a salvaguardar a expressão musical”, detalha Vasco Martins.
O som e as luzes estarão a cargo do conhecido Jorge Nunes e a energia do empresário Benvindo. Em plena época das chuvas, o artista informa que consultou a previsão meteorológica, que assinala céu nublado e vento fraco, com pouca ou nula possibilidade de precipitação. “Esperemos que sim, pelo menos por algumas horas, não muitas. A lua estará crescente entre as constelações Virgem e Libra e, se não houver nuvens, iluminará o espaço do concerto,” assegura.
No seu site, Vasco Martins revela que a construção do Arco teve a assinatura de Anildo Silva, sob o controlo do mestre pedreiro Armando do Norte. “Demorou seis dias a ser feito. A sua forma final deveu-se a uma armação de madeira buscada numa casa em construção no Calhau, daí a forma algo estranha de ‘arco etrusco. Teve um primeiro nome de Apeiron, que é o conceito do filósofo grego Anaximandro (2.500 a.c), que significa o ‘indefinido’ e, depois, Arco”.
A estrutura original desabou em 2017, mas foi reconstruída pelos ‘Amigos do Arco” e reinaugurado a 21 de dezembro de 2018, de novo no dia do solstício. A expectativa é de que agora possa durar pelo menos meio século. Vasco Martins diz que está virado para o Sol Nascente.
No dia 01 de janeiro de cada ano, garante, o Sol nasce no meio do Arco, que fica a 33,33 metros acima do mar, segundo medição GPS do almirante dos ventos François Gui. O multi-instrumentista considera que este é um símbolo ao mesmo tempo introspetivo como expansivo. Tem também o significado de um portal cósmico. Representa essencialmente a música como um caminho espiritual ascendente.