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MCIC destaca resiliência e promete mais verba na abertura do Mindelact 2025

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas presidiu a abertura da edição Aurora do Festival Internacional de Teatro do Mindelo (Mindelact), nome que, afirmou, não poderia seria mais simbólico nos tempos que se vive. Augusto Veiga reafirmou o compromisso do Governo com a cultura, enquanto pilar de desenvolvimento, identidade e coesão nacional, traduzindo-se no reforço da verba para as indústrias criativas, principalmente em relação ao teatro.

Para o governante, Aurora é o primeiro clarão da manhã e sinal de que depois da noite a luz volta sempre. E é isso que se sente hoje em São Vicente,  ilha que enfrentou com coragem e união os ventos e as chuvas do furacão Erin. Aproveitou, por isso, para expressar a solidariedade do Governo e do povo de Cabo Verde às famílias afectadas e aos que trabalharam incansavelmente para restabelecer a normalidade em S. Vicente. “O vosso espírito de resiliência é o mesmo que sempre inspirou a nossa cultura, que é feita de resiliência, de esperança e de criação. E é por isso que o Mindelact acontece, apesar de tudo, com mais força do que nunca. Porque o teatro, como a vida, renasce. O palco é o nosso espelho colectivo e nele se reflete a alma de um povo que não desiste e que transforma a dor em arte, em memória e em futuro,” frisou.

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Defendeu A. Veiga que, no ano do jubileu dos 50 anos da independência, o Mindelact ganha um significado mais profundo porque o país está a celebrar meio século de liberdade, de afirmação e de criação e não há melhor lugar para fazê-lo do nesta cidade-berço de tantos artistas e onde o Atlântico se confunde com a imaginação. “O teatro foi, é e continuará a ser um espaço de diálogo, de crítica, de sonho e de construção”, pontua, sublinhando que ao longo de três décadas, o Mindelact consolidou-se como um dos maiores festivais de teatro do continente e um símbolo da diplomacia cultural de C. Verde no mundo. 

Por isso, disse, a inauguração do festival reafirma o compromisso do Governo com a cultura, enquanto pilar de desenvolvimento, identidade e coesão nacional e prometeu, para o próximo ano económico, reforçar a verba relativa às indústrias criativas, principalmente em relação ao teatro. Congratulou-se ainda com o nascimento de mais um festival de teatro, no Maio, que se junta à esta família e augurou que esta Aurora inspire a continuar a construir um C. Verde mais forte, justo e belo, onde a cultura seja farol e abrigo. 

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Do lado do Mindelact, Yannick Pimenta pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da tempestade Erin e referiu que Aurora representa renascer. “É neste momento que Mindelo está a renascer após a tempestade que voltamos com o teatro na cidade. Acreditamos que o Mindelact vai ajudar no renascimento desta ilha. Este evento também celebra os 50 anos da independência, que é o renascer do país como nação soberana.Entendemos que é importante continuar a comemorar a independência, a lutar e a manter viva a memória daqueles que lutaram contra o colonialismo, que ainda não acabou no mundo.” 

Em nome dos artistas, Bruno Mariozz agradeceu pelo convite para participar no festival pela quarta vez e falou da peça “Mãe Preta”, o terceiro ato da trilogia matriarca Helena Teodoro, que narra o percurso de uma mulher que, após uma perda irreparável, encontra na ancestralidade e na comunidade força para reconstruir sua existência. Helena Teodoro, clarifica, é a primeira doutora preta em filosofia do Brasil, mas é a história de todas as mães do mundo. O espetáculo é ainda dedicado às vítimas da chacina no Rio de Janeiro. 

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Estiveram presentes no evento, o vereador José Carlos, em representação do presidente da CM de S. Vicente, representantes das cooperações espanhola e portuguesa, do Centro Nacional de Artesanato e Design, artistas, companhias e amantes do teatro. A 31.ª edição do Mindelact decorre de 3 a 8 de novembro e terá espetáculos de Cabo Verde, Portugal, Brasil, Canadá, Espanha, Guiné Equatorial e Irlanda. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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