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Cultura

Mandingas de Ribeira Bote aquecem os tambores para o Carnaval com desfile solidário

Está aberta a temporada Carnaval 2020 com o primeiro desfile dos Mandingas da Ribeira Bote, que será apenas dentro da primeira “Zona Libertada” de São Vicente e de Cabo Verde, tem um cariz solidário. O cortejo prestou ainda uma homenagem ao jovem Hélder Alves, desaparecido no mar de João d’ Évora em outubro de 2019.

Era por volta das 14h30 da tarde deste domingo quando o “Estaleiro dos Mandingas da Ribeira Bote” abriu as suas portas. Pouco a pouco foram aparecendo os protagonistas desta festa para o ritual de preparação: mistura do carvão, pintura corporal, colocação dos adereços e ensaios dos primeiros passos de dança. Já a bateria afinava os tambores.

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Paralelamente, chegavam os interessados em acompanhar o desfile trajados de preto, alguns com camisas 100% Mandinga mas também alguns estrangeiros. Todos com sacos com alimentos perecíveis, respondendo positivamente ao apelo da direção. Em pouco tempo, a um tambor e duas caixas estrategicamente colocados na porta do estaleiro encheram. Antes do inícui do desfile, estes foram retirados do local para serem entregues à família das três crianças que morreram num incêndio na madrugada do dia 01 de Janeiro numa casa de lata. 

“Este é o nosso primeiro desfile para aquecer o sangue para o Carnaval 2020. Vai ser apenas dentro da nossa zona, pelo que esperamos menos gente, em torno de 200 pessoas”, explicava Vady Lopes à imprensa, antes do arranque efectivo do desfile, que ficou marcado por um minuto de silêncio e uma paragem na porta da casa onde residida o jovem Hélder Lopes, desaparecido no mar durante um passeio-convívio com colegas. Mas a verdade é que foram muito mais os amantes dos mandingas, superando sem sombra de dúvidas mil pessoas no desfile.

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Por volta das 16 horas, os mandingas da Ribeira Bote já ocupavam todos cantos da zona, que respirava e movimentava no compasso dos tambores e ao som das musicas contagiante e dos gritos de “Ariah”. Serão duas horas intensas de adrenalina e uma oportunidade para extravasar e soltar o grito preso na garganta desde o enterro do carnaval 2019.

De referir que hoje também desfilaram os mandinga de Fonte Filipe.

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Constânça de Pina 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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