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Jovem eterniza “criaturas” do folclore crioulo em banda desenhada

Flávio Neves decidiu eternizar algumas “criaturas” que fizeram parte da nossa infância em banda desenhada, caso de kapotona, katxorrona, pê d´cabra e kanilinha. O primeiro capítulo, em jeito de teste, está publicado na página “Fora da caxa” no Facebook, mas este jovem espera transformar a publicação em um livro físico no próximo ano.

Em um exclusivo Mindelinsite, Flávio Neves conta que a publicação do primeiro capítulo, que intitulou de Madrux, é a concretização de um sonho de adolescente. “Desde criança sempre gostei de desenhar. Com tempo sobrando durante a quarentena por causa pandemia da covid-19, decidi fazer uma banda desenhada. Optei por fugir dos super-heróis tradicionais. Foi então que surgiu a ideia de explorar o nosso folclore, mais precisamente as criaturas que nos assustavam no ´tempo de diasá` e que fazem parte da nossa identidade e da nossa cultural oral”, revela.

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Outro objectivo era eternizar estas “criaturas” em um livro porque, diz, percebeu que, por serem passados de boca a boca, com o tempo estas histórias têm vindo a desaparecer. “Os mais jovens não conhecem ou nunca ouviram falar destas criaturas e das suas histórias, que eram mais para passar exemplo e para desencorajar-nos a sair de casa à noite. Serviam como lições de moral. Foi por isso que decidi resgatar e eternizar estas criaturas”, esclarece.

Em jeito de teste, Flávio desenhou um primeiro capítulo em formato virtual, com 40 páginas, que publicou no Facebook. O feetback foi imediato e já pensa em lançar uma banda desenhada em livro físico. “Ainda estou a organizar as ideias e a recolher sugestões porque vi que quanto ao estilo/forma destas criaturas, elas variam de pessoa para pessoa e de ilha para ilha. Cada um os descreve de uma forma diferente, o que confirma alguma ´perda de memória.”

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Até lá, Flávio Neves espera que Madrux ajude as pessoas a reviver as histórias de katxorrona, pê d´cabra, kapotona, kanilinha, noiva, de entre tantos outras criaturas que aterrorizavam as crianças em outros tempos.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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