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Estrelas do Mar reitera presença e espera um Carnaval à altura dos últimos anos

O grupo carnavalesco Estrelas do Mar reitera a sua intensão de participar no desfile do Carnaval de 2022. Em um exclusivo ao Mindelinsite, o presidente Fernando Fonseca explicou que, após uma reflexão em que se cogitou a possibilidade de o grémio ficar de fora, a direcção decidiu dar o seu contributo para a festa do Rei Momo, tendo em conta a dimensão económica e social dessa manifestação cultural em S. Vicente, mas também para o próprio Estrelas, que está a renascer. “Ficar de fora poderia significar um retrocesso ou fracasso para o Estrelas do Mar”, avalia o presidente deste grupo carnavalesco.

É o terceiro grupo oficial a confirmar a sua presença no desfile do dia 01 de março, terça-feira de Carnaval, depois do Monte Sossego e do Cruzeiros do Norte. O Vindos do Oriente deixou claro, em comunicado, que não vai desfilar, enquanto que o Samba Tropical prometeu fazer uma performance na rua de Lisboa, ao invés do tradicional desfile de segunda-feira. Segundo Fernando Fonseca, de início o Estrelas do Mar aventou a possibilidade de também não participar no desfile por causa da situação de pandemia.

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“Mas não era uma decisão de todos os elementos da direcção. Eu, enquanto presidente, era um dos mais reticentes. Mas, tendo em conta que uma percentagem expressiva da população de Cabo Verde, particularmente de São Vicente, já está vacinada e também a diminuição do número de casos novos, optamos por dar o nosso contributo para esta festa porque sabemos que em São Vicente o Carnaval é uma das poucos actividades que mobilizam praticamente toda a ilha. E isso a todos os níveis”, justificou.

Para este carnavalesco, ficar de fora da festa do Rei Momo significa tirar o pão da boca de muitas famílias porque o evento movimenta praticamente toda a ilha, desde artistas, costureiras, ferreiros, tocadores, vendedeiras de “baloi”, de entre muitos outros. “O Carnaval é uma festa que coloca a ilha em destaque. No caso do Estrelas do Mar, somos um grupo que está a renascer depois de uma longa paragem e que já fez apenas dois ´filhos` neste renascimento. Estamos a progredir a nível da apresentação, pelo que entendemos que uma paragem nesta altura seria um retrocesso.”

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Figura de destaque do Estrelas do Mar Carnaval 2020

Foi por isso que, de acordo com este entrevistado, quando outros grupos decidiram alinhar com a Câmara de São Vicente e com a Liga Independente dos Grupos Oficiais, o Estrelas do Mar entendeu que não poderia ficar de fora. Embalados após a deliberação, os fazedores do Carnaval do EM colocaram de imediato mãos à obra e, neste momento, já estão a trabalhar no enredo. “O nosso projecto está a desenvolver-se normalmente e muitos foliões nos têm contactado mostrando interesse em desfilar no grupo porque gostaram muito das nossas duas apresentações. É uma satisfação enorme este retorno, que temos recebido do público. As pessoas estão empolgadas e, no EM, não é diferente. Temos muitas caras novas e vamos ter muitos figurantes no nosso desfile, inclusive a nossa expectativa é de ter mais foliões do que os apresentados nos dois anos anteriores”, perspectiva.

Sobre o enredo, Nando não apresenta grandes detalhes, alegando que ainda é “muito cedo”. “Neste momento temos alguns artistas a fazer a nossa música. São pessoas do grupo, mas também de fora. Já o nosso enredo é assinado pelos nossos artistas. São pessoas talentosas que já nos habituaram a um trabalho de qualidade. Por isso acreditamos que iremos ter um bom Carnaval 2022”, informa o presidente do Estrelas do Mar. Admite, não obstante, que as coisas podem apertar-se um bocadito por conta do pouco tempo.

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Nada que preocupa este homem do Carnaval, que admite entretanto já estar acostumado a trabalhar sob pressão. Aliás, como faz questão de dizer, a direcção do grupo Estrelas do Mar está a empregar toda a sua energia e vontade para fazer um bom Carnaval para São Vicente, à altura no mínimo dos últimos anos.

Foto: Queila Fernandes

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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