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Manuel do Rosário apresenta “Raízes e Ramos” em Luxemburgo, nos festejos do Dia Nacional da Cultura

Manuel do Rosário da Fátima leva o livro “Raizes e Ramos – Quinta geração” para as festividades do Dia Nacional da Cultura, no Luxemburgo. O romance, que marca a estreia deste docente reformado como escritor, integra a programação de uma tarde cultural a ser realizada por associações de cabo-verdianas e pela embaixada na Universidade de Luxemburgo no sábado, 21.

O livro relata uma saga família que sintetiza e simboliza a história da ilha de Santo Antão e a sua infinita capacidade de adaptação dos seus habitantes a uma terra generosa, mas que precisa de ser amada e cuidada. “Raízes e Ramos é um romance histórico, no sentido em que entretece a ficção e os factos históricos através da saga da família Ramos, da ilha de Santo Antão e de S. Vicente, no período compreendido entre os finais do século XIX e inícios do XX”, refere o autor no sinopse desta obra.  

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Por aí perpassa, prossegue o autor, uma série de pequenas histórias do quotidiano das gentes rurais de Garça e arredores, que compõe um painel interpretativo das origens, das raízes lançadas no chão da ilha, em zonas inóspitas ou não, da identidade santantonense, naquilo que mais tem o caracterizado: uma atitude fundada na dignidade, pronto a resistir aos fatores adversos e a recomeçar. 

O romance divide-se em 30 capítulos e é dedicado a Maria Lima Ramos, Pedro Adriana, Teodora Lima Ramos e demais membros da família do autor. “No romance somos de início apresentados a Nhô Isê, personagem central, aquando da sua morte, em Fundas. Em flasback são apresentadas outras personagens que constituíram a vida e a saga de Nhô Isê, sua labuta no campo, seus ganhos e contratempos, mais do que isso sua relação com o chão, a terra e família.” 

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A lista de personagens femininas é encabeçada pela esposa de Nhô Isê, de nome Mari d’ Sonte. “Metáfora da relação amorosa do homem santantonense à matriz e a construção identitária da ilha, a narrativa dividida entre os pontos de vista de um narrador omnisciente que delega muitas vezes tal tarefa aos seus personagens, num entrecruzar bem conseguido de discursos”, prosseguem realcando que os discursos caracterizam as personagens e suas origens rurais.

Manuel da Fátima nasceu em Ribeira Alta, Santo Antão, a 20 de janeiro de 1958. Viajou para S. Vicente ainda pequeno, tendo feito a instrução primária na Escola Salesiana. Fez o curso complementar em regime externo, conciliando os seus estudos com o trabalho como professor. Aposentou-se em 2012 e decidiu dedicar-se à escrita. O resultado é este romance, que vai agora apresentar no Luxemburgo, depois de tornado público, no inicio deste ano, em S. Vicente. 

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Do programa para assinalar o Dia da Cultura e das Comunidades naquele país, organizado pelas associações e pela embaixada de Cabo Verde, constam ainda a apresentação de um video sobre a cultura e do livro “Baskudja Identidade”, sobre a identidade cabo-verdiana da autora e ativista Crisálida Correia, a cargo de Aleira Vieira, investigadora da Universidade de Luxemburgo; mesa redonda sobre a identidade e a cultura cabo-verdiana, com moderação de Bernardino Tavares, investigador da Universidade de Luxemburgo, e uma explicação histórica e demonstração de gêneros musicais  e dança de Cabo Verde: batuco, tabanca, cola, morna, coladeira, e o gênero importado mazurka/contradança.

Antes, na sexta-feira, será aberta uma exposição denominada “Nos traje”, com roupas tradicionais de Cabo Verde, manequim e alguns objectos artesanais. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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