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Trump desvalorizou Covid-19 para “não criar pânico”

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O presidente dos EUA admite que tentou minimizar a gravidade da ameaça da Covid-19 no início da pandemia em gravações de áudio divulgadas na quarta-feira a partir de entrevistas com o veterano jornalista norte-americano Bob Woodward. “Sempre quis minimizar”, disse Donald Trump a Woodward em 19 de março, de acordo com uma divulgação prévia pela CNN do livro “Rage”, que será lançado em 15 de setembro.

“Ainda gosto de minimizar, porque não quero criar pânico”, afirmou Trump na conversa com Woodward, que foi gravada. Numa outra entrevista gravada a 7 de fevereiro, o presidente dos EUA disse a Woodward que o vírus “vai pelo ar”, apesar de ter gozado repetidamente das pessoas que usam máscaras nas semanas seguintes. Demorou até julho para que o presidente fosse visto publicamente a usar uma máscara.

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A oito semanas da eleição presidencial de 3 de novembro, as revelações aumentam a pressão sobre Trump. Sondagens mostram que cerca de dois terços dos americanos desaprovam o tratamento que teve com o vírus, acusado de minimizar a crise para aumentar as hipóteses de reeleição.

Falando a jornalistas na Casa Branca, Trump denunciou o livro como “outro trabalho de assassinato político” e disse que se minimizou a covid-19 para evitar um “frenesim”. “Não quero que as pessoas tenham medo”, justificou. “Não vou levar este país ou o mundo à loucura”, disse ainda Trump. “Temos que mostrar liderança e a última coisa que se quer fazer é criar pânico.”

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O presidente dos EUA criticou Woodward por fazer “hitjobs [assassínios políticos] com toda a gente” e disse que “provavelmente, quase definitivamente” não vai ler o livro “porque não tenho tempo para ler”. No entanto, “Rage” dará novas munições aos democratas, argumentando que Trump falhou em preparar os americanos para a gravidade do surto do coronavírus ou em conduzi-los a uma resposta adequada.

Nas entrevistas com Woodward, Trump deixou claro que tinha entendido desde o início que o vírus era “uma substância mortal”, muito mais perigosa do que a gripe comum.Em público, no entanto, disse repetidamente aos americanos que o vírus não era perigoso e “desapareceria” por si mesmo.

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“Ele sabia como era mortal”, disse o candidato democrata Joe Biden, enquanto fazia campanha no Michigan. “Mentiu ao povo americano. Mentiu intencionalmente e de bom grado sobre a ameaça que o vírus representava para o país durante meses.Foi uma traição de vida ou morte ao povo americano”, acrescentou Biden.

C/Agências Internacionais

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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