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Mindelenses lotam pátio do CNAD para prestigiar enredo de gratidão de Escola Samba Tropical

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Os mindelenses lotaram na noite de ontem o pátio do Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD) para prestigiar a apresentação nacional do enredo que a Escola de Samba Tropical para o Carnaval 2023. Um enredo de gratidão à fundadora e presidente de Honra, Luisa Morazzo, que mexeu com as emoções da homenageada e do público, que cantou e vibrou com Vlú, Constantino Cardoso e Anísio Rodrigues, que lembraram outros carnavais, inclusive o primeiro do Samba, em 1989.

Foi uma noite memorável em que se se reviveu, pelo menos durante algumas horas, o passado glorioso do Carnaval de São Vicente, quer através da música como também no video de apresentação do enredo “Reviver o passado é celebrar duas vezes…Uma história de gratidão na voz de quem a construiu”. Entremeados pela música foram apresentados o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Leila Leite e Ednilson Aguiar,  e a rainha de bateria Jéssica Lopes, repetindo assim a parceria vencedora de 2019.

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Ednilson e Leila Leite

Durante a exibição do vídeo, com cerca de 15 minutos, os presentes fizeram um mergulho na história da Escola de Samba Tropical, desde o seu surgimento, as fundadores, o trabalho costura e de estaleiro, os enredos, de entre outros, sob a liderança Carismática de Luísa Morazzo.  É este trabalho desta amante incondicional do Carnaval, apelidada de “Imperatriz do Carnaval” que Samba Tropical quer contar, retribuindo assim toda a dedicação, amor e lágrimas, mas também de muita alegria. 

Uma trajetória que Luíza Morazzo fez parte e incorporou. “Não podemos largar a Escola de Samba Tropical. Ela faz parte desta família, que todos pertencemos e gostamos”, reforça no video. Chamado ao palco, o presidente do Samba Tropical, David Leite deixou claro que iniciou ontem uma grande historia de gratidão e de homenagem à quem devem todos os momentos de gloria do grupo. “Nem é por acaso que estamos aqui neste espaço. Foi aqui que começamos o nosso primeiro desfile. Era neste pátio que os nossos figurantes se prepararam e, aqui na rua de frente, a Escola de Samba Tropical saiu pela primeira vez, em 1989, e entrou para a história.”

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Presidente David Leite

Sob fortes aplausos,David Leite saudou a presidente de Honra, Luíza Morazzo, cumprimentou o conselheiro e presidente de Assembleia Hermes Morazzo, agradeceu a presença dos presidentes dos grupos Monte Sossego, António Duarte,  e Flores do Mindelo, Ana Soares, e da vice-presidente do Vindos do Oriente, Cely Fortes, Velha Guarda e raiz do Samba, enfim a Direcção pelo enredo, de entre outros. 

Já D.Luiza, como é do seu timbre, fez as pessoas rirem. “Estava desconfiada que podiam me chamar ao palco e, por isso, trouxe o meu papel. Podia falar com a minha alma porque estou feliz só de ver todo este povo aqui. Mas como seguro morreu de velha e de barba branca, vou ler para não me alongar”, afirmou a homenageada, que agradeceu os presentes, amigos, sócios, músicos e colaboradores. 

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Não há palavras para descrever a gratidão que sinto neste momento, pelo gesto da direcção do grupo em me homenagear. No Carnaval 2023 iremos reviver o passado e viver o presente da Escola da qual faço parte. Estou especialmente a um grupo de pessoas cujo apoio e trabalho foi fundamental para que pudéssemos estar aqui hoje”, disse D. Luíza, citando as amigas e familiares de Oriza, Paula, Elisabeth, São, Ginau, Fernanda, Elsa, Ana, Carmita, Milú, Ruth, Vanda, Eduarda, Filó e Neusa. 

A presidente de Honra lembrou as dificuldades, que fizeram parte do crescimento do grupo, e admitiu que se agora estão a festejar é porque trilharam um bom caminho com amizade, solidariedade, paz e amor, fazendo referência ao enredo de 2007. “Neste espaço onde nos encontramos confeccionamos o nosso primeiro carro alegórico. A concentração partiu daqui. Um sonho realizado com a proteção dos deuses, mas vocês nem imaginam o frio que passamos neste quintal”, confessou. 

Luíza Morazzo agradeceu o CNAD pelo passado, mas também pelo presente e futuro, realçando que o espaço faz parte da história cultural e social desta ilha-cidade. E prometeu continuar a sonhar, com as fantasias do Carnaval, dançar, cantar e brincar porque, como afirmou, o Carnaval é para ser vivido. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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