O grupo carnavalesco Flores do Mindelo anuncia a abertura do estaleiro para a confecção dos seus carros alegóricos a 7 de janeiro de 2023, no mesmo dia do lançamento do enredo que vai levar para as ruas do Mindelo no dia 21 de fevereiro. Segundo a presidente Ana Soares, a agremiação tem pouco mais de um mês para montar um desfile a altura das expectativas dos mindelenses e dos cabo-verdianos.
Ao Mindelinsite, a presidente do grupo revela que, ao contrário das demais agremiações carnavalescas, que neste momento enfrentam um problema bicudo de falta de espaço, Flores do Mindelo já tem um lugar disponível para montar o seu estaleiro. “Em 2020, mudamos o nosso estaleiro para um espaço vazio que fica atrás do Mercado de Monte Sossego. Enviamos um pedido à Câmara Municipal de S. Vicente, que deferiu o nosso pedido para ocupar o lugar, que é do município”, explica Ana Soares.
Ultrapassado esta que é uma das grandes preocupações, diz, esta semana vão contratar o fornecimento de energia elétrica, tendo em conta que é um processo que costuma levar o seu tempo. “Por isso que agendamos a abertura do nosso estaleiro para 7 de janeiro de 2023, dia em que apresentamos o nosso enredo para o desfile de Carnaval”, afirma a presidente do Flores do Mindelo.
Enquanto isso, de acordo com Ana Soares, os trabalhos de bastidores vão decorrendo normalmente, sendo que neste momento o maior problema dos grupos é que o preço dos materiais triplicaram e, para complicar, faltam produtos no mercado nacional. “Talvez ainda na ressaca da Covid-19, os chineses não trouxeram materiais novos. As únicas coisas que estamos a encontrar no mercado são tecidos, enfeites e algumas plumas. São de 2020, mas o preço triplicou. Mesmo lá fora, plumas está a custar os olhos da cara. Estão a vender um quilo por mais de 800 euros, ou seja mais de 80 contos.”
Por conta disso, Ana Soares prevê um aumento substancial das roupas das rainhas, porta-bandeira e figuras de destaque. “Tudo está caríssimo. As pessoas querem desfilar no Carnaval, mas não conseguem porque não têm possibilidade de assumir os custos. Mas estamos a trabalhar para fazer uma grande festa do Rei Momo, sendo certo que em 2023 este vai nos custar muito suor e recursos”.
Outro problema que os grupos estão a enfrentar é a ausência de materiais guardados. Diz D. Ana Soares que, depois de dois anos sem desfiles, as sobras dos outros carnavais, que normalmente são reciclados e reaproveitados, se perderam e são agora obrigados a partir do zero.