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Cruzeiros do Norte rejeita categoricamente plágio da música “Três kosa sab” na vida

O grupo carnavalesco Cruzeiros do Norte rejeita liminarmente as suspeitas de plágio do samba-enredo que vai apresentar no dia 21 em São Vicente. Nuno Costa, director de Carnaval desta agremiação, garantiu num exclusivo Mindelinsite que há alguns dias começaram a surgir pequenos rumores, que  aumentaram o tom agora para o nível de alerta, sobre plágio da música “Três kosa sab”. Na sua perspectiva, o propósito é prejudicar o grupo e influenciar o trabalho do júri na avaliação do tema que, afirma, desde sempre foi explicado que é inspirado numa música espanhola com o mesmo nome e que já foi traduzida e cantada em diversas línguas ao longo dos anos, inclusive para o crioulo.  

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Segundo Nuno Costa, estes rumores partem de pessoas bem identificadas, algumas com responsabilidade, que esquecem, têm preguiça de ler ou de procurar a informação correta, tendo em conta que, diz, Cruzeiros do Norte tornou público a sinopse desde a apresentação pública do seu enredo para o Carnaval 2023. “A nossa sinopse foi enviada aos órgãos de comunicação social, está publicado na página da Liga Independente dos Grupos de Carnaval de São Vicente e na nossa página no Facebook. Quem prestar atenção vai ver que nela está escrito o porquê do enredo e da música.”

De forma simplificada, explica que o enredo e a música do grupo foram inspirados na composição homónima “Três cosa sabe na vida” pelo carnavalesco Fernando “Nóia” Morais. “Explicamos na sinopse que o nosso carnavalesco, na sua infância, escutava esta música em uma boneca de um vizinho. Nóia trouxe esta proposta para o grupo e também é o compositor da música. Sendo uma inspiração, esta traz a primeira frase ‘ Três kosa sâb na vida: saúde, dinheiro e amor. Quem tem es três cosa, pode dá graças a Deus’, que faz parte da canção original”, clarifica Nuno Costa, realçando que não fazia sentido falar de um enredo inspirado em uma música e não constar ou haver nenhuma referência da mesma. 

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Este afirma ainda que, ao fazer este samba-enredo, a pretensão do grupo foi tão somente enaltecer e exaltar esta música, o que é completamente diferente de plágio. “Estamos a falar de uma música, que é muito conhecida e já foi traduzida e cantada em diferentes línguas, inclusive no crioulo. Quem tiver curiosidade ou interesse em ir pesquisar a música original vai ver que extraímos dela apenas a primeira frase, que foi nossa inspiração. Penso que as pessoas que estão a lançar estas suspeitas pretendem atingir o Cruzeiros do Norte e tentar fazer com que o grupo seja penalizado pelo júri ”, denuncia.  

Entende Nuno Costa que, o facto do Cruzeiros do Norte ter iniciado os trabalhos antes dos demais grupos, pode estar a preocupar algumas pessoas, embora não veja grandes vantagens nisso. Sobre este particular, explica que a música está pronta há mais de um ano, até porque todo o enredo era para o Carnaval 2022, que não aconteceu por causa da pandemia da Covid-19.

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“Acredito que as pessoas que estão a propagar estes rumores estão a agir de forma maldosa. Por isso, queremos esclarecer e dizer que os documentos que vão para os jurados explicam detalhadamente este nosso enredo, a letra e a música“, informa esse também maestro da batucada do referido grémio. Acentua que o júri tem toda a matéria para analisar livremente o trabalho do grupo, sem se deixar influenciar. Enfatiza, no entanto, que cabe à direcção do Cruzeiros, figurantes e apoiantes fazerem a defesa pública da música.  

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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