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Viagens San Gwann suspensas: Técnicos que iam trabalhar na restauração da Alfandega da Preguiça retidos em S Vicente

As viagens regulares do navio San Gwann estão suspensas desde segunda-feira e já causaram constrangimentos, caso por exemplo de uma equipa de técnicos nacionais e estrangeiros que iam deslocar a ilha para trabalhar na restauração da Alfândega da Preguiça que ficaram retidos em S. Vicente, sendo que os de fora tiveram de regressar aos seus países sem cumprir os objectivos da missão a Cabo Verde. O administrador-delegado da ETE, Paulo Lopes, confirma a paralisação “por motivos operacionais”, mas garante que todas as viagens programadas para o San Gwann vão ser operadas a partir desta quarta-feira pelos navios Praia d’ Aguada e ferry Liberdadi.

Informações disponibilizadas pela Cabo Verde Interilhas na sua página oficial dāo conta que, por razões operacionais, as viagens do navio San Gwann de e para as ilhas de São Vicente, São Nicolau, Sal, Boa Vista e Santiago foram substituídas pelas navios Praia d’ Aguada e Liberdadi. Paulo Lopes confirma e explica que o navio está a passar por um processo de auditoria interna pelo que possivelmente só deverá retomar as ligações marítimas na próxima semana. “Basicamente, o navio está parado por um processo de auditoria do armador, mas vai ser substituído por outras duas embarcações, que é o Praia d’ Aguada e o Liberdadi”, informa .

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Confrontado pelo Mindelinsite com a informação de que o comandante do navio encontra-se doente, Paulo Lopes admitiu que, de facto, este está impossibilitado de trabalhar e lembrou que a embarcação opera com uma tripulação estrangeira. Mas este responsável tranquiliza dizendo que não vai haver nenhuma alteração na programação e nem vão sobrecarregar as tribulações. “Vamos utilizar o Liberdadi nos dois de folga”, assegura.

Mas nem as explicações do administrador e nem a nota oficial da CVA conseguiram tranquilizar os sãonicolauenses que se queixam das muitas “turbulência”. Também a Comissão Politica Regional do PAICV em S. Nicolau que, em uma nota publicada na sua página denuncia, uma vez mais, os constrangimentos no transportes marítimos de e para a ilha de Chiquinho. “Temos vindo a verificar um desequilíbrio entre a procura e a oferta no tocante ao transporte marítimo com consequências nefastas na dinamização da economia, no combate às assimetrias entre as ilhas, bem como na unificação nacional através do transportes”, afirma.

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Para este órgão regional do partido tambarina, actualmente à vista desarmada, a maioria dos sãonicolauenses sentem os impactos das más politicas no transporte marítimo, nos obstante o contrato de concessão assinado pelo Governo com a empresa no inicio deste ano propor, de entre outros medidas, melhorar a conectividade marítima entre as ilhas. O documento preconizava ainda aumentar a mobilidade interna de forma regular, fornecer um bom serviço de transporte marítimo para promover a coesão social e o desenvolvimento harmonioso das ilhas e, principalmente, eliminar possíveis focos de isolamento no país. 

Porém, prossegue, na pratica os utentes tem vindo a viver situações desagradáveis, porquanto os cancelamentos têm sido uma constante. “É triste saber que uma equipa formada por oito técnicos – cinco nacionais e três estrangeiros – ficaram retidos em São Vicente devido a sucessivos cancelamentos”, lê-se na nota, que realça o facto da propalada inovação e modernização ao invés de criar condições para unificação das ilhas. Isto porque, diz, promove constrangimentos na mobilidade dos bens e serviços.  

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A titulo de exemplo, cita o cancelamento desde segunda-feira que adiou os trabalhos de restauração da Alfândega da Preguiça devido a impossibilidade de viajar para a ilha. No caso dos estrangeiros, estes tiveram de regressar para os seus países sem conseguir chegar no destino sem conseguir o objectivo pretendido. “Para os técnicos nacionais e sãonicolauenses em particular, situações desta natureza devem ser repudiadas”, acrescenta a mesma nota, que destaca ainda o facto dos docentes de outras ilhas em exercício em S. Nicolau estarem impossibilitadas de viajar na próxima sexta-feira, estarem em duvida se vão conseguir viajar devido ao cancelamento das viagens do San Gwann. 

Factos concretos que levam a CPR do PAICV a concluir que não se instalou rampas na ilha adaptadas a esse tipo de embarcação para o acesso de viaturas nos portos com clara intenção de excluir S. Nicolau. 

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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