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Vereadores da Oposição exortam edil a levar proposta de desprofissionalização à AMSV

Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de São Vicente exortaram hoje o presidente Augusto Neves a concretizar a sua ameaça de levar uma proposta de desprofissionalização à Assembleia Municipal e que a encare como uma moção de confiança. Anilton Andrade, que falava em nome dos seus pares da UCID e do PAICV, garantiu que, se a proposta for aceite, os autarcas da oposição vão aceitar a decisão da AM. Porém, se não for, o edil terá de assumir as suas responsabilidades políticas e pedir a sua demissão.

De acordo com este autarca da UCID, mais uma vez os eleitos municipais de São Vicente pelas listas do partido democrata-cristão e do PAICV se posicionaram com firmeza, denunciando o descaso, abuso de poder e ilegalidades graves do presidente da CMSV. Este, em resposta, voltou a extremar os insultos, ofensas e palavras deploráveis contra os novos vereadores, demonstrando de forma categórica que não está preparado para coabitar e trabalhar em democracia, vontade expressa nas urnas pelos eleitores vicentinos nas urnas no dia 25 de outubro de 2020.

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“Sobre as várias constatações que enumeramos no que tange às ilegalidades graves, ele não pronunciou nenhuma palavra. Limitando-se a manobras de diversão e aos ataques que lhe caracterizam. Ao falarmos a verdade, o seu maior trunfo democrático é ameaçar com desprofissionalização”, referiu Anilton Andrade, que se apresentou à imprensa ladeado pelos colegas Celestes da Paz e Albertino Graça, do PAICV, e Samuel Santos, da UCID.

Separação de poderes

Diz o vereador que esta é a oportunidade para ver se os três órgãos funcionam numa lógica de separação de poderes, lembrando que cada um tem as suas competências bem definidas e interdependentes. “Ninguém aqui quer a cadeira do presidente. Ele tem é de se libertar deste pesadelo porque, se não, ao invés de trabalhar e deixar os vereadores exercerem os seus poderes, vai é ficar de vigia sobre a dita cadeira. Deveria ficar era de vigia às ilegalidades administrativas, ao vício de forma, aos actos que acarretam nulidade e às leis que jurou defender”, reforça Anilton Andrade.

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Reagindo a acusação feitas pelo presidente da CMSV, Anilton Andrade garante que solicitaram a passagem dos dossiers municipais e dos referentes aos seus pelouros e não obtiveram resposta. Solicitaram ainda informações e encontros semanais com o presidente e foi negado, ou melhor, ignorado. “Então, quem não quer trabalhar? Somos nós ou o presidente? Quem não quer trabalhar não envia seis agendas de trabalho ao presidente, sendo que o Estatuto dos Municípios cria obrigatoriedade de este marcar as reuniões e ele simplesmente ignora. Já pedimos por diversas vezes encontros para elaborarmos um plano de actividades e sempre é ignorado”, exemplifica, deixando claro que é entendimento dos vereadores que o trabalho deve ser conjunto, e não apenas o envio de ideias avulsas.

Dor de cotovelo

Sobre o alegado “dor de cotovelo” destes vereadores que o edil mandou passar pomada, Andrade diz que é mais uma expressão que o presidente acaba de introduzir, que não lhe fica bem politicamente e nem academicamente. “Não nos revemos nesta forma de comunicar. Os resultados das eleições dizem que esta é uma câmara colegial, com 4 vereadores do MpD, 3 da UCID e 2 do PAICV. Aceitamos os resultados, estamos dispostos a trabalhar por SV e dedicar com toda a nossa capacidade e de forma abnegada ao desenvolvimento da ilha porque entendemos que aquilo que nos separa é ínfima em relação ao que nos deve unir: SV e os interesses dos munícipes.”

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O autarca nega ainda qualquer pretensão de derrubar a CMSV. Aliás, afirma, é sempre o presidente que ameaça partir para eleições intercalares, inclusive estas constam das actas das sessões camarárias e da AM. Anilton admite que este impasse afecta São Vicente, facto que o presidente deveria ter em mente, sobretudo numa altura em que a ilha enfrenta uma profunda crise sanitária, agravada pela Covid-19, pelo não seria viável uma crise política agora. Daí o esforço que têm feito no sentido de criar um entendimento e consenso por São Vicente.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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