O primeiro-ministro e líder do Movimento pela Democracia (MpD) garantiu à Direção Nacional do partido que pretende fazer mudanças internas e no elenco governativo. Ulisses Correia e Silva, que falava na abertura desta reunião magna, afirmou que tais mudanças vão reforçar a organização, o combate político e a confiança dos cabo-verdianos no Governo e no MpD.
De acordo com um comunicado divulgado pelo partido, a Direção Nacional do MpD, que esteve reunida no dia 11 de Janeiro, analisou a situação política na sequência das Eleições Autárquicas, através de um abrangente Estudo de Opinião, que trouxe elementos importantes para uma objetiva e ampla compreensão das principais causas do desaire eleitoral. O documento apontou ainda os caminhos que ajudarão o partido a dar respostas às inquietações, necessidades e expectativas dos militantes e dos cabo-verdianos, em vários domínios da vida política, social e económica.
“Do cruzamento das variáveis que influíram nos resultados nos diversos municípios do país, concluiu-se que da sua ponderação, o desempenho do Governo não terá sido a mais relevante na influenciação dos resultados”, lê-se na extensa nota, contrariando as opiniões contundentes de vários analistas políticos e do próprio PM, que aproveitou este palco para anunciar mexidas no Governo.
Relativamente às mudanças no elenco governamental, admitiu que vão reforçar a organização, o combate político e a confiança dos cabo-verdianos no Governo e no MpD. “Temos a obrigação de continuar a liderar as reformas e a agenda política nacional. Temos de ser um partido de Mudanças em Cabo Verde no contexto de novos desafios nacionais e internacionais, que exigem novas políticas”, assegurou Ulisses Correia e Silva.
Os dirigentes nacionais defenderam a importância da união e coesão do partido para enfrentar o ambiente político, influenciado pelas dinâmicas que estão a ocorrer no mundo, pelo populismo e pela era pós verdade, o permanente escrutínio das populações e as exigentes eleições legislativas de 2026. “O partido é portador de um legado político e de governação, que lhe permite recuperar o terreno e a confiança e disputar as próximas eleições com determinação e confiança”, defenderam.
Apesar da renovação da confiança na atual liderança, por aclamação, a Direção Nacional do MpD admitiu a hipótese de antecipação da Convenção Nacional para maio de 2026 para abrir espaço a outras candidaturas internas ou legitimar a liderança de Ulisses Correia e Silva.