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Ulisses Correia e Silva demarca-se de discurso sexista de militante do MpD no Fogo

O presidente do Movimento para Democracia demarcou-se do discurso “misógino, sexista e baseado em discriminação” de um militante do partido na ilha do Fogo, que terá afirmado que “mulher é para cuidar dos meninos e de panelas e não para cuidar do poder do pai”. Ulisses Correia e Silva lembrou que o partido tem sido, desde a sua fundação, um partido de mulher, de grandes guerreiras e defensoras das suas causas públicas.

Segundo Correia e Silva, os governos com maioria parlamentar do MpD sempre tiveram um expressivo número de mulheres em pastas importantes. Os últimos 5 anos do governo liderado por mim contribuiu de forma decisiva para o empoderamento económico, social e político das mulheres em Cabo Verde. A lei da paridade aprovada no Parlamento é apenas uma singela, mas muito relevante evidência”, refere o presidente do MpD.

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Silva realça ainda que o seu partido acredita nas mulheres, nos seus sonhos e na sua capacidade de ocupar qualquer cargo para o qual se prepararam e sonharam. Temos provas através de mulheres cabo-verdianas nos mais altos cargos aqui e em instituições e empresas pelo mundo afora”, assegura, reforçando que, como presidente do MpD e Primeiro-ministro reeleito, demarca-se de todo e qualquer discurso misógino, sexista e baseado na discriminação.

“Somos iguais em direitos, deveres, aspirações e sonhos”, ajunta, aproveitando para agradecer a todas as mulheres cabo-verdianas pelo “grande apoio na vitória exemplar” de 18 de abril, prometendo continuar a consolidar a democracia cabo-verdiana e a projectar o valor das mulheres no país, na diáspora e internacionalmente.

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Também a presidente do Instituto Cabo-verdiano da Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), em declarações à RCV, condenou os discursos machistas no vídeo do militante do MpD, os comentários nas redes sociais e um cartoon simbolizando Ulisses Correia e Silva a pontapear a líder do PAICV, acompanhado de uma narrativa discriminatória. Rosana Almeida lembrou a luta das mulheres e evocou a lei da paridade, que permitiram com que várias mulheres integrassem as listas partidárias, o que, diz, vai contribuir para que que o Parlamento tenha uma imagem diferente.

O vídeo, o cartoon e os comentários provocaram uma onda de revolta e ataque contra os discursos machistas feitos durante a última campanha eleitoral, com algumas figuras de destaque a condenar esses comportamentos, caso da Presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, Jassira Monteiro, e da cantora Neusa de Pina. Esta última divulgou um vídeo a criticar o machismo, que considerou ser um “câncer” na mente de alguns homens. “Mulher não nasceu para servir os homens, nasceu para brilhar onde quiser e como quiser”, finaliza.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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