A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) apresentou hoje à imprensa a sua lista de candidatos às eleições autárquicas deste ano. O partido vai concorrer em nove Câmaras Municipais, sendo que em S. Vicente volta a apostar no seu líder, Antonio Monteiro, o candidato que melhor conhece a ilha, afirma a vice-presidente, Dora Oriana Pires.
Dora Pires garante que a UCID vem trabalhando para ter equipas idóneas e confiáveis para concorrer às próximas eleições. “Tentamos trabalhar para que os nossos candidatos tenham o perfil desejado para desempenhar a sua função com toda a dignidade e concorrer às expectativas dos eleitores para dirigirem os destinos dos municípios no qual estarão a concorrer”, disse esta dirigente partidária, lamentando porém o medo ainda reinante, sobretudo entre os jovens, que ainda não tem uma firmeza profissional, alimentado principalmente pela bi-polarização existente em Cabo Verde.
Por causa deste medo, apesar do desejo do partido de concorrer nos 22 municípios, vai disputar apenas nove Câmaras Municipais: Porto Novo com Domingos Rodrigues (licenciado em Matemática), Paul com Sandro Gomes (licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais), S. Filipe com Pedro Ribeiro (Inspector Tributário), Santa Catarina de Santiago com Neida Varela (licenciada em Enfermagem).
Ainda no Tarrafal de Santiago com Holden Duarte (Consultor)), Praia com Francisco Silva (Licenciado em Gestão) e S. Vicente com Antonio Monteiro (licenciado em Engenharia Eletromecânica). As listas do Sal e da Ribeira Grande de Santo Antão serão posteriormente anunciados, informou Dora Pires, realçando que a media de idade dos candidatos é de 40 anos. “Estamos também a trabalhar para cumprir a cota de paridade. Por exemplo, penso que somos o único partido com uma mulher como cabeça-de-lista a concorrer para uma câmara municipal. Em relação às assembleias a maior parte das listas será encabeçada por mulheres”.
A vice-presidente mostra-se confiante e garante que a UCID está a concorrer para ganhar, com o envolvimento dos seus militantes e simpatizantes. No entanto, caso não for possível este desiderato, os democratas-cristãos contam ter participação nas Câmaras e Assembleias Municipais. “Temos expectativas em todas. Não iremos fazer diferença porque estamos a trabalhar em todos os municípios para a vitória. Se não for possível, iremos satisfazer com os resultados alcançados.”
Antonio Monteiro: Trabalhar para partido
Questionada sobre as motivações que terão levado o presidente, António Monteiro, a aceitar voltar a encabeçar a lista da UCID por S. Vicente após afirmar que não estaria disponível para concorrer nas próximas eleições, Dora Pires garantiu que foi o desejo de trabalhar para o partido em primeiro lugar, mas também dos cidadãos que lhe pedem para que esteja à frente dos destinos da CMSV, com apoio dos democratas-cristãos. “Ele concorrer, mas não ganhou. Portanto, tem toda a legitimidade de voltar a concorrer e ter a vitória. Cabe a nós trabalhar neste sentido”, clarificou.
Já quando perguntada se as expectativas da UCID para S. Vicente são elevadas tendo em conta que Monteiro já é “veterano” nestas andanças, esta desvalorizou, limitando a dizer que o presidente tem capacidades para enfrentar qualquer outro candidato porque é um profundo conhecedor da realidade da ilha, inclusive mais do que o próprio edil da CMSV. “António Monteiro é o candidato perfeito para ganhar e para conduzir S. Vicente.”
Curiosamente, a escolha dos candidatos não foi feita com base em nenhuma sondagem, ainda que, admite Dora, sempre acabam por conhecer os estudos de opinião realizados por outros partidos. Para a vice-presidente, o importante é trabalhar e saber que estão bem cotados para vencer. “A escolha dos nossos candidatos foi feito, tendo em conta aquilo que têm vindo a fazer, o seu empenho em relação ao trabalho partidário, mas também ouvido pessoas da sociedade civil e os militantes em cada região. Tudo isso é levado em consideração na hora de eleger os candidatos.”
