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UCID pede ao Governo para rever o preço dos testes RT-PCR e assuma parte do custo

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A UCID – União Cabo-verdiana Independente considerou hoje, em conferência de imprensa proferida no Mindelo, que o preço máximo de 14 mil escudos para a realização dos testes RT-PCR para viajantes é exagerado para a realidade de Cabo Verde. António Monteiro apelou por isso ao Governo para pedir a Entidade Reguladora Independente (ERIS) para re-analisar os custos e assumir parte dos custos para que este valor não seja uma machadada na opção do Executivo de retoma do turismo. 

Para o presidente da UCID, a realidade de Cabo Verde não comporta cobrar 14 mil escudos por um teste RT-PCR, que vai avaliar se um cidadão tem ou não Covid-19. Por isso, entende que o Governo deve pedir à ERIS para re-analisar os custos do exame e assuma parte destes para que o país possa ser competitivo relativamente a outras paragens turísticas e permitir que os cabo-verdianos residentes na emigração possam visitar os seus familiares e, consequentemente, deixar um pouco mais de recursos financeiros no país. 

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“Temos um país turístico e que, dentro da pandemia, quer, paulatinamente, recuperar o turismo para pudermos alavancar a nossa economia. Por isso não se entende o Governo deixar de forma objectiva a responsabilidade de fixação do preço do teste na mão da agência reguladora, através de uma fórmula matemática, sem dar instruções claras para se ter em consideração o facto de sermos um país turístico e de emigração”, afirmou António Monteiro, para quem o Governo andou muito mal neste aspecto.  

Segundo este líder politico, nesta altura o que se quer é que os conterrâneos e os turistas visitem Cabo Verde, razão para que o preço a pagar pelos testes seja razoável em comparação com outros países, nomeadamente Portugal, Espanha, França e  ainda outros das Américas.

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O presidente da UCID é de opinião que os viajantes devem pagar para que se possa ter condições de garantir, no futuro, a continuidade da execução dos testes, mas pagar 14 mil escudos em Cabo Verde – onde muitas vezes as pessoas têm dificuldades para comprar uma aspirina e são obrigadas a siar para fora para procurar o ganha-pão – é exorbitante. “Penso que devíamos estabelecer um paralelismo com Portugal, analisar todos os parâmetros. Por exemplo, podemos ver o que pagam, o custo de vida, o salário mínimo, entre outros, e, a partir dali, estabelecer um valor razoável para os viajantes, que nem são pessoas endinheiradas. Muitos são pobres à procura de uma vida melhor ou rabidantes que querem desenvolver o seu negócio.”

É perante este quadro que a UCID decidiu apresentar estas duas propostas ao Governo, sendo a primeira que o Governo baixe o preço do teste e, a segunda, que assuma o diferencial, lembrando que até agora os testes que vêm sendo realizados foram doados. Monteiro admite que, mesmo sendo doados, estes têm um custo real e deve ser cobrado, mas não concorda que a totalidade do encargo seja imputado ao viajante, ao turista ou ao emigrante que vem de férias ou investir no arquipélago.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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