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UCID mantém confiança no deputado Amadeu Oliveira, mas rejeita qualquer colagem à polémica saída do país de Arlindo Teixeira

A UCID convocou hoje a imprensa no Mindelo para reafirmar a confiança que depositou no deputado nacional Amadeu Oliveira, envolvido na polémica resultante da saída do país do seu constituinte Arlindo Teixeira, acusado e condenado por homicídio. Apesar de afirmar ser contra a forma de actuação do eleito nacional democrata-cristão nas legislativas de 18 de abril, António Monteiro deixa claro que, neste caso, Amadeu Oliveira agiu como advogado. E não como deputado nacional e muito menos como representante do partido, pelo que, enfatiza, colar a UCID a este processo é “perda de tempo e uma demonstração de incapacidade das pessoas que o tentam fazer”.

O presidente do partido democrata-cristão faz questão de frisar que a UCID não tem uma única responsabilidade nas atitudes profissionais de qualquer cidadão, menos ainda no que se refere a um advogado, quando se sabe que este tem um dever de sigilo profissional junto ao seu constituinte ou cliente. Por isso mesmo, afirma, a forma de agir de Amadeu Oliveira não pode ser colada ao partido, de forma rápido como se fez, dizendo que a UCID deu guarita a uma pessoa que não tinha condições para ser deputado nacional.

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“Queremos aqui dizer, de forma tranquila e serena, que a UCID tem toda a responsabilidade na escolha dos elementos que fazem parte da sua lista para se apresentar à população e submeter-se ao voto. A UCID entende que o cidadão Amadeu Oliveira tinha e tem todas as condições para fazer parte de qualquer lista no país, mormente nas da UCID. Consideramos que ele é um defensor da justiça, tem estado a lutar por uma melhor justiça em Cabo Verde e, portanto, nesta matéria a UCID entende que deve e vai continuar a ter a confiança que depositou no cidadão e deputado Amadeu Oliveira.”

Porém, a UCID não concorda muitas vezes é com a forma como as coisas são feitas, prossegue este líder político, que aproveita para realçar que o país tem leis e instituições que devem zelar pelo seu cumprimento, pelo que prefere deixar que sejam elas a resolver esta questão. “Enquanto presidente da UCID, em nenhum momento tive a informação sobre a saída de Amadeu Oliveira e do seu cliente do país, porque se trata de um sigilo entre advogado e cliente. Por isso, volto a dizer que o partido não tem uma única responsabilidade na forma de agir deste cidadão, pelo que pedimos a quem de direito, neste caso as instituições, para analisarem a situação friamente, tirarem as devidas ilações e tomarem as medidas necessárias, por mais duras que sejam, para que se possa repor a normalidade”, pontua.

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Amadeu em Cabo Verde pelo 5 de Julho

Certo é que, diz, o deputado vai estar em Cabo Verde para participar na sessão especial de 05 de Julho e estará disponível para prestar todas as informações que se impõe. Entretanto, enquanto isso, chama a atenção para o acórdão do Supremo Tribunal da Justiça, com a data de 16 de junho, que devolveu o passaporte ao cidadão Arlindo Teixeira e levantou a restrição de se ausentar do país. Segundo Monteiro, se o Supremo deu estas instruções, caberá a este vir explicar porquê o arguido conseguiu sair do país.

Questionado sobre a promessa de levantamento da imunidade de Amadeu Oliveira, o presidente da UCID responde que no partido ninguém se esconde para fugir à justiça. “A UCID quer que Cabo Verde tenha uma boa justiça. Esta é a nossa luta e, neste quesito, estamos ao lado do Amadeu Oliveira, que apregoa aos quatro ventos que luta para que o país tenha uma boa justiça. Por isso mesmo ele terá de ir ao tribunal, terá de suspender o mandato. Aliás, a UCID já exigiu isso”, acrescentou, realçando que o deputado chegou inclusive a enviar uma carta à Assembleia Nacional solicitando o levantamento da imunidade. Infelizmente, prossegue, houve algumas nuances administrativas que impediram que isso acontecesse.

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Apesar disso, Monteiro assegura que Amadeu Oliveira vai levantar a imunidade e o partido vai fazer pressão para que isso aconteça, para que o jurista possa responder e fazer fé em tudo aquilo que vem afirmando de há uns anos a esta parte sobre o funcionamento deficiente e tendencioso da Justiça em Cabo Verde.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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