UCID/46 anos: “Dirigentes, militantes e amigos reconhecem no partido a capacidade política de aceitar os desafios do país”
O Presidente da UCID afirmou, na sua mensagem por ocasião do 46º aniversário do partido democrata-cristão, hoje 13 de maio, que os dirigentes, militantes, amigos e simpatizantes do partido, espalhados pelos quatro cantos do mundo, acreditam, confiam e reconhecem nesta organização a capacidade politica de aceitar os desafios do país. João Santos Luís acredita ainda que todos estão dispostos a dar a sua contribuição para a promoção do desenvolvimento de Cabo Verde.
De regresso ao país, depois de participar na Gala46 nos Estados Unidos, este dirigente politico começou por agradecer e exaltar os fundadores que tiveram a visão e a coragem de criar este partido que, incansavelmente, contribuiu para a conquista e instalação da Democracia e Liberdade no país, e continua a contribuir para o processo da consolidação democrática. “Duas principais razões estiveram na base de criação da UCID: a não aceitação dos abusos de poder implementados pelo Regime de Partido Único de então e a ideia da Unidade Guiné -CaboVerde”, sublinhou João Santos Luís.
Lembra que, de 1978, data da sua criação, até 19 de fevereiro de 1990, data do anúncio da remoção do artigo 4º da Constituição da República, a UCID fez denuncias na Amnistia Internacional, Cruz Vermelha Internacional e Nações Unidas. “A luta pela Liberdade e Democracia foi travada desde 1975, logo depois da Independência Nacional, pela UCID, na clandestinidade, de fora para dentro, pois, o referido artigo constituía um grande entrave ao aparecimento e participação política de outros partidos, na vida política nacional. Foram os longos 15 anos que a UCID tudo fez, para que o povo cabo-verdiano, hoje esteja a gozar da liberdade e Democracia, ainda no processo da sua consolidação”, recorda.
Por isso, aproveitou para render homenagem aos fundadores e militantes, já falecidos, mas que em vida tudo fizeram para que o partido estivesse onde está e lança um apelo no sentido de serem recordados com o mesmo amor e carinho que tinham pelo partido. Congratulou, por outro lado, com os feitos dos militantes, simpatizantes e amigos da UCID de Santo Antão à emigração, sobretudo os antigos Presidentes, Secretários Geral e respetivas equipas, e todos os que colocaram a sua energia à disposição do partido, promovendo o seu crescimento e o seu desenvolvimento a nível nacional.
“Um muito obrigado a todos os militantes, amigos e simpatizantes por todo o trabalho até hoje desenvolvido em prol de uma UCID cada vez mais ousada, mais pujante, mais confiante, mais determinada e que continuam trabalhando de sol a sol junto da população em todos os cantos do país e na nossa imensa Emigração, procurando o que de melhor a nação pode colocar a disposição dos seus filhos”, disse João Santos Luís, assegurando que o esforço despendido por todos foi no sentido de promover a Liberdade e a Democracia no país, trunfos importantes da nação.
Hoje, afirma, a preocupação da UCID centra-se nos desafios atuais do país e na consolidação do processo Democrático instalado desde 1991 em Cabo verde. “O desenvolvimento de Cabo Verde é um dos maiores desafios da atualidade, pois consideramos que existe muita margem para que o país consiga melhores condições de desenvolvimento, e promova uma melhor qualidade de vida aos cabo-verdianos e as cabo-verdianas. A UCID terá de estar preparada para enfrentar os desafios que se impõem e dar a sua melhor contribuição para, que de forma célere se possa reduzir as desigualdades sociais e promover uma melhor qualidade de vida a população cabo-verdiana.”
Para este politico, os desafios do país coincidem com os da UCID mas, com o envolvimento abnegado de todos e sem exceção, é possível ter uma nação melhor preparada para enfrentar os obstáculos que não são poucos, agravados pela atual conjuntura. Neste sentido, elege como sectores chaves para contribuir para uma melhor performance do país Educação, Economia e industrialização do país, Transporte, Segurança, Saúde, Justiça, ambiente laboral e igualdade de oportunidades.
“Não podemos continuar a criar as condições para construções e instalações das muitas unidades hoteleiras por todo o país, para logo de seguida permitirmos a importação de quase tudo para o funcionamento das mesmas unidades hoteleiras”, frisa, pontuando que é urgente e inadiável o país pensar na melhoraria das condições de desenvolvimento da sua economia e, paralelamente, melhorar a qualidade do setor turístico para que a sua contribuição para a Riqueza Nacional seja melhorada.
Alega Santos Luís, por outro lado, que a população cabo-verdiana é maioritariamente jovem, pelo que é necessário desenvolver melhores políticas voltadas para a juventude, de modo a sentirem-se capazes de darem as suas contribuições para o desenvolvimento das suas localidades e do país.”No setor de Saúde a estratégia tem de ser melhorada, as filas de espera nos hospitais centrais não dão tréguas e as reclamações dos utentes soam a todo o momento.”
A estes acrescenta a implementação de politicas mais acertavas para a melhoria e ampliação dos resultados nos sectores da Justiça e Segurança, a regularização da conectividade entre as ilhas para além dos preços de fretes de mercadorias e passageiros via marítima e passagens aéreas mais acessíveis. “O desafio da Descentralização do poder é patente, não vale a pena continuarmos a apostar em elencos governamentais excessivos nos dias de hoje, a população precisa de um poder mais próximo para a satisfação das suas necessidades de forma célere e isto não se resolve com a deslocalização de alguns ministérios do Palácio da Várzea para Santo Antão, Sal ou São Vicente”.
O presidente do partido acredita que boa parte destes desafios podem ser vencidos, desde que haja um equilíbrio de poder político no país, pelo que exorta a todos a estarem cientes destes desafios para que o país possa trilhar o mais rapidamente possível o caminho do desenvolvimento que almejado.