A TACV-Cabo Verde Airlines regressa hoje ao mercado da aviação civil com a realização da primeira ligação internacional entre Praia e Lisboa, quase dois anos depois da suspensão dos voos, alegadamente devido a pandemia da Covid-19. Apesar do optimismo e do suspiro de alivio dos cabo-verdianos com esta retoma, que veio quebrar a hegemonia da TAP no país, vale lembra que a Loftleidir Cabo Verde, empresa que ficou com 51% da CVA, tem em curso processo arbitral junto do International Court of Arbitration de Paris conta o Estado de Cabo Verde por alegada “violação dos acordos celebrados entre as partes.”
Problemas a parte, hoje é dia de festa para a TACV – Cabo Verde Airlines, de acordo com uma nota enviada pela companhia área de bandeira sobre o voo inaugural Lisboa/Praia, que dá conta da preparação de uma recepção para passageiros na Praia. “Tendo em conta que a data da retoma coincide com a comemoração do 63.º aniversario da companhia, para além de dar boas vindas aos passageiros, a TACV irá presentear o passageiro que adquiriu o primeiro bilhete através do site www.caboverdeairlines. com”, lê-se no comunicado de imprensa.
A chegada do voo no Aeroporto da Praia está prevista para às 01h05 do dia 28 de dezembro. É a primeira das duas ligações semanais, às segundas e sexta-feiras na rota Praia/Lisboa. Mas a direcção desta empresa deixa claro que a retoma será gradual e vai depender da evolução da pandemia. Se tudo correr como previsto, no decorrer do primeiro trimestre de 2022, serão introduzidas voos semanais a partir do Mindelo e do Sal.
Após uma experiência negativa com a TAP por conta dos preços proibitivos das passagens, o anuncio da volta ao mercado da TACV foi acolhida com grande satisfação pelos cabo-verdianos, que acreditam na melhoria das condições de viagens e preços mais acessíveis. No então, temem ainda as consequências deste processo arbitral, resultante da renacionalização da companhia aérea de bandeira,
Foi em março de 2019 que o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhão de euros à Loftleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF, grupo Icelandair que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines, nome comercial da companhia, e em 30% por empresários islandeses com experiencia no sector da aviação. A 6 de julho último, o Estado assumiu os 51% da companhia, alegando incumprimentos na gestão e dissolveu os corpos sociais da empresa.
Em 26 de novembro, a Loftleidir Cabo Verde deu inicio a um processo arbitral contra o Estado de Cabo Verde alegando violação dos acordos celebrados. O grupo refere que o processo arbitral decorre junto do Internacional Court of Arbitration de Paris e afirma que a Loftleidir Cabo Verde “já acusações rejeitado todas as acusações de incumprimento contratual alegadas pelo Estado de Cabo Verde”.
Dizia ainda que o Estado rescindiu de forma unilateral o acordo celebrado entre as partes, gerando assim avultados prejuízos para a Loftleidir Cabo Verde.
