Sindicatos apresentam queixa na ARC contra RTC devido a suspensão de spot sobre manifestação do dia 1º de Maio
Os diferentes sindicatos de São Vicente que se juntaram para realizar uma manifestação no dia 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, vão apresentar uma queixa na Autoridade da Comunicação Social (ARC) por alegada censura. Acusam a estação pública de suspender o um spot publicitário pago do evento, com a desculpa de ser ilegal.
“Trata-se de um spot publicitário pago, que incentiva e convida os trabalhadores e a população em geral a participar na manifestação para exigir um salário digno, aumento do Salário Mínimo Nacional, maior e melhor comparticipação do INPS nas consultas e nos exames, aumento salarial para combater a inflação e para repor o poder de compra, entre outros”, denuncia a União dos Sindicatos de S. Vicente.
Segundo Tomás Aquino, o spot chegou a ser veiculado pela rádio durante algum período, foram informados de que receberam ordens da administradora da RTC para suspender a sua divagação por ser ilegal. “Mas esta não diz e nem indica qual a ilegalidade do mesmo, que foi entretanto suspenso. Por isso, vamos apresentar uma queixa a ARC, porque atendemos que é um ato de censura.”
Este dirigente sindical vai ainda mais longe ao afirmar que o propósito é calar os sindicatos, através de um meio de comunicação social público, que recentemente foi utilizado pelo partido do Governo para fazer propaganda das eleições internas. “Enquanto organização da sociedade civil e que também tem um papel relevante no sistema democrático, devemos utilizar os meios do Estado disponíveis para passar a nossa informação”, acrescenta.
Instado sobre a declaração da Secretaria Geral da UNTC-CS, que afirmou que esta central não foi convidada para a manifestação, este realçou que a iniciativa foi dos sindicatos. “De facto, não convidamos as centrais, mas os sindicatos. Esta manifestação é uma iniciativa dos sindicatos, e todos foram convidados na Praia, no Sal, Santo Antão e em São Vicente. Isto porque as centrais estão a assistir toda esta situação que os trabalhadores estão a enfrentar calados.”
Tomás garante que a mobilização, pelas informações recolhidos, está a decorrer “muito bem” e tem havido uma boa aceitação, o que eleva as expectativas quanto a participação, tendo em conta os motivos fortes para a convocação para este protesto e num dia tão emblemático, 1º de Maio.