O Sindicato Nacional dos Professores pede que o Ministério da Educação opte por aulas online ou à distância nas ilhas do Sal, Santiago e Fogo até o regresso a uma “normalidade aceitável”. Este acredita que a comunidade académica, professores, alunos e encarregados de educação não estão preparados para o ensino semi-presencial e, que, se não for tomada esta medida, poderá agravar a situação epidemiológica nestas ilhas.
“Além dos riscos de contágios decorrentes da deslocação diária, na ida à escola e no regresso à casa, de milhares de alunos nos meios de transportes coletivos de passageiros, apresentam-se enormes dificuldades de distanciamento que resultam das próprias características dos estudantes quando convivem no pequeno espaço escolar. Por outro lado, e parecendo ignorar os sérios riscos que o pessoal da educação terá de enfrentarem em breve, o Ministério da Educação não está a distribuir máscaras de proteção para os professores, alunos e funcionários dos estabelecimentos de ensino, nem o álcool gel para a desinfeção”, lamenta em comunicado o SINDEP.
Desta forma, instiga o ME a suportar os custos das máscaras e do álcool gel, que são obrigatórios nestas instituições de ensino, com o dinheiro que o Governo recebeu do exterior para fazer face à pandemia.
O Sindep aproveita ainda para referir, em jeito de denuncia que, desde 2011, não foi reposto o poder de compra dos professores, a reclassificação dos docentes não têm sido satisfeitos e os subsídios por não redução de carga horária não se encontram regularizados. Este sindicato considera injusto e moralmente inaceitável que sejam os docentes a suportar com os custos das máscaras e do álcool gel, para si próprios e para os filhos.
Perante este cenário, entende que pode se traduzir num aumento exponencial de casos de Covid19, capaz de representar uma pressão insustentável sobre o Serviço Nacional de Saúde que, refere, já possui uma capacidade limitada.
Nas restantes ilhas, entende o SINDEP que “podem ser reabertas aulas presenciais, complementadas pelo Ensino à Distância, com as devidas cautelas no acompanhamento da situação, com vista a uma rápida introdução das medidas corretivas que eventualmente se impuserem”.