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São Vicente “debaixo” dos olhos das autoridades com a inauguração do projecto Cidade Segura

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O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, presidiu no final da tarde de ontem a inauguração do Centro de Comando e o projecto Cidade Segura, que colocam S. Vicente literalmente debaixo dos olhos das autoridades. A cerimónia foi testemunhada pelos ministros da Administração Interna e da Industria, pelo presidente da Câmara de S. Vicente, eleitos e outras individualidades. A China, na qualidade de parceira estratégica do Governo, enviou uma mensagem de video, através do seu embaixador acreditado no país.

Em uma intervenção de improviso, Correia e Silva agradeceu o trabalho que vem sendo feito em prol da segurança dos cidadãos em S. Vicente e Cabo Verde, país que, afirmou, presa pela segurança e tranquilidade. “Estamos a cumprir com S. Vicente num importante projecto e num dia marcante. O projecto Cidade Segura é hoje uma realidade em S. Vicente. Falamos de segurança como um dos sectores fundamentais na vida individual, social e económica de qualquer país. A nossa prioridade absoluta foi no sentido de reforçar as condições de segurança no país.”

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Para o PM, as câmaras de video-vigilância, o Centro de Comando, o sistema de comunicação e a sala de crise são investimentos determinante relativamente a forma como o Governo opera e vai continuar a operar, com foco na prevenção, na persuasão, mas também na constituição de elementos de prova e melhoria das condições operacionais da policia.“Colocamos tecnologia de mais alto nível ao serviço da segurança dos cidadãos, do património e do apoio a paz social que todos devemos preservar. Isso tem um impacto muito positivo na vida das pessoas”, frisou, lembrando que este permite detectar, prevenir, persuadir e agir com factos e provas. 

Ressalvou, no entanto, os cuidados na protecção de dados e na privacidade garantida por lei, aproveitando para tranquilizar as pessoas sobre a impossibilidade de vazamento de informações em nenhuma circunstância. No caso concreto de S. Vicente, segundo Correia,  a ilha passa a dispor de um reforço adicional nas condições de segurança, que é importante para os cidadãos, para a tranquilidade, a imagem e a atractividade económica da ilha que se quer como referência do turismo em Cabo Verde. 

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Cérebro operacional 

Mais pragmático, o ministro da Administração Interna garantiu que este projecto foi desenhado para S. Vicente. “Apropriamos de um conceito que traduz o que de mais moderno existe a nível da segurança pública no mundo e engajamos parceiros nacionais e estrangeiros para a sua execução. Implementamos e construímos uma infraestrutura que nos deixa orgulhosos. Poucos são os momentos em que nos detemos no meio de tantos desafios, metas e compromissos para assumirmos a satisfação de vermos concretizado um anseio colectivo de um projecto de segurança ambicioso”, assegurou Paulo Rocha, para quem o projecto “Cidade Segura” vai conferir as forças de segurança condições para responder a um ambiente urbano que suscita uma intervenção policial inteligente, produtiva, próxima e eficiente. 

Indo mais além, este explicou que, a partir de um compromisso assumido, desenvolveu-se uma visão política vertida no programa de segurança interna e de cidadania no âmbito do qual todos os recursos e valências a disposição convergiram para um objectivo único da prevenção, com uma actuação articulada e complementar. A exemplo disso, citou os projectos de reforço e de melhoria da qualidade da iluminação pública, através da colocação de lâmpadas LED e os projectos de requalificação urbana. 

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Este objectivo apresenta-se centrado na dissuasão dos comportamentos anti-sociais pela via da redução das oportunidades do cometimento do crime e da antecipação das ocorrências, conferindo rapidez e eficácia na resposta. Este visa tornar a sociedade mais segura, pacifica e ordeira. Trabalhamos focados na prevenção, aposta que mantemos agora reforçada com este projecto”, referiu, relançando ser este um sistema que agrega várias valência, sendo a primeira a video-vigilância urbana, componente que permite uma efectiva gesto dos espaços urbanos em toda a ilha, proximidade entre o cidadão e as instituições encarregas de zelar pela sua segurança, sobretudo quando confrontados com uma situação de emergência, seja de que natureza for. 

Ligação entre as ilhas

Menos visível são a Comunicação Integrada e o Centro de Comando para Gestão das Ocorrências interligados com os centros de comando do Sal, Boa Vista e da cidade da Praia. De acordo com Rocha, o Centro de Comando é um órgão de gestão integrado de operações e de resposta a incidentes de segurança publica desenhado para proporcionar uma imagem mais fiel possível, em tempo real, do panorama dos eventos e dos meios envolvidos. Foi concebido para tornar o processo de decisão mais completo, mais rápido e fiável. “O Centro de Comando possui uma sala de controlo equipada com tecnologia de alta complexidade, pioneira no país para onde convergem as imagens captadas pelas câmaras de video-vigilância onde ficam armazenadas até 30 dias. Estas podem no entanto serem extraídas, se necessário, para posterior analise e uso em processo crime dentro do quadro legal e nos termos do regulamento interno de funcionamento”.

No Centro de Comando, frisou, convergem as Comunicações Operacionais. Significa quem está nesta sala sabe onde estão os meios operacionais, onde estão posicionadas as câmaras de video-vigilância e, desta forma, consegue gerir melhor os meios no terreno em função das chamadas de emergência que dos cidadãos. Para além disso, este abriga também uma Sala de Gestão de Crise, onde ocorrem reuniões de coordenação relativamente a situações mais complexas que demandam coordenação, decisões rápidas e eficácia. Mas as câmaras de vigilância colocadas no espaço urbano não servem apenas para antecipar e detectar crimes, avisa, clarificando que estas, associada a uma actuação concertada e integrada, serve antes de mais a um fim de serviço publico, tornando-se decisiva para muitos serviços. 

As imagens captadas e exibidas nos painéis de monitorização contribuem para solucionar dificuldades encontradas pelos cidadãos no dia-a-dia, desde acidentes, ao controlo de transito, às questões de saneamento, por exemplo. Toda esta tecnologia funciona graças ao trabalho de profissionais bem treinados que tiveram uma formação em duas vertentes: na parte técnica e tecnológica e na parte de gestão operacional de incidentes,” acrescentou, destacando a importância de antecipar e minimizar os problemas. 

Para a montagem do projecto, segundo Rocha, o Governo contou com alguns apoios estratégicos, caso da CV Telecom, enquanto parceiro tecnológico do Estado, da Electra, da Comissão Nacional de Protecção de Dados, da Câmara Municipal de S. Vicente, da Comissão de Implementação do Projecto, embaixada da China, Polícia Nacional e dos mindelenses. 

A cerimonia contou ainda com intervenções do presidente da CMSV, na qualidade de anfitrião, e do embaixador da China, via mensagem de video. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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