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São Vicente: Associações Soluz e APESC recebem Prémio Garantia Comunidade 

Duas associações comunitárias de São Vicente – Soluz e APESC – foram agraciadas esta quinta-feira com troféus e valores pecuniários de 600 e 850 mil escudos, no quadro do III Prémio Garantia Comunidade, que distingiu ainda mais três organizações da sociedade civil da Praia: Colmeia, Liga Nazarena Associação São Francisco Xavier. A cerimónia singela aconteceu na Biblioteca Municipal de São Vicente e foi presidida pelo vereador do pelouro social da CMSV, Rodrigo Martins.

Á imprensa, o presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças com Necessidades Especiais – Soluz – explicou que este prémio vai ajudar a organização que dirige a desenvolver um projecto importante que abarca três áreas, permitido assim que crianças com necessidades especiais seja contempladas com fisioterapia no ambulatório e ao domicílio, e ainda custear o transporte para as famílias que não têm condições de arcar com os custos, que são demasiado elevados. 

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“Iremos arcar com as despesas do transporte para as crianças que precisam deslocar para fazer fisioterapia e também permitir que tenham possibilidade de fazer este tratamento em casa, e assim melhorar as suas condições de vida”, informou José Dias, destacando a parceria entre a Soluz e o Centro de Acolhimento de Crianças com Necessidades Educativas Especiais. “Iremos contemplar um total de 20 crianças nesta primeira fase, dos quais 12 em ambulatório e oito ao domicílio. Mas  pretendemos aumentar o número de crianças contempladas e procurar outros parceiros”, sublinhou.  

Na mesma linha, o presidente da APESC – Associação de Armadores de Pesca lembrou os objectivos desta ong, que são a defesa dos armadores, mas também dos pescadores e peixeiras que labutam pelo pão de cada dia e que também abastecem o país. “Além de defender os interesses dos armadores, defendemos também os pescadores, ajudando-os a se organizarem, mas também na questão social, sobretudo com os que não têm cobertura da Previdência Social”, referiu Silvano Vicente, exemplificando com os velhos pescadores, sem qualquer cobertura da segurança social e que dependem única e exclusivamente dos seis mil escudos da pensão de sobrevivência atribuída pelo Governo.  

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Mas a decisão da APESC de concorrer ao Prémio Garantia Comunidade, sublinhou, foi principalmente devido a possibilidade de enquadrar os mergulhadores, a nível nacional, que atualmente sofrem da doença do mergulho, também conhecida por doença de descompressão ou do caixão. “Esta doença ocorre quando os mergulhadores descem grandes profundidades e, com a pressão, o nitrogênio acaba por diluir no sangue devido a rápida subida. Muitos mergulhadores ficam paraplégicos. Neste momento temos 52 pessoas afetadas, alguns deles acamados, cadeirantes ou com outras deficiências”, descreve,

Para este dirigente associativo, esta é uma situação que requer uma atenção especial e o apoio da Garantia, afirma, veio ajudar a minimizar o problema. “Estamos a contar também com apoio de técnicos-especialistas, nomeadamente na Universidade de Aveiro e da Universidade Técnica do Atlantico. Estamos a preparar uma ‘task force’  para , em conjunto, criarmos medidas de contenção e de mitigação sobre esta doença. Pretendemos forçar politicas para que possamos ter no futuro breve pelo menos duas câmaras de descompressão nos dois hospitais centrais, Baptista de Sousa em S. Vicente e Agostinho Neto na Praia, com técnicos especializados para dar vazão a esta problemática.”

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O administrador da Garantia mostrou-se satisfeito por “descentralizar” este prémio da sede para as associações, envolvendo as câmaras municipais e os vários poderes neste trabalho de promoção social. “Este prémio insere-se no quadro da nossa política de responsabilidade social e abordagem de sustentabilidade que iniciamos há alguns anos. Somos líder do mercado segurador e entendemos que é uma forma de retribuir a confiança dos nossos clientes, através da subscrição de seguro, é apoiando a comunidade através de políticas de apoios, designadamente na área social”, declarou Luís Leite.

Nesta edição, o prémio abrangeu o sector social, tendo duas componentes, a inclusão de pessoas com deficiência e a prevenção da saúde, tendo em conta que, esclareceu, a seguradora lida com vários dramas sociais. “Lidamos com pessoas que, na flor da juventude, por acidentes de trânsito ou de trabalho ficam limitadas. Entendemos que uma forma de darmos o nosso contributo para minimizar ou mitigar estes dramas seria criar um prémio com este fim. Somos uma seguradora que vende segurança à vida e ao património material. Fazia sentido, a par dos poderes públicos, nós também, tentarmos juntar a nossa voz e patrocinar prémio que tenham a ver com  a prevenção da saúde.”

O administrador Luis Leite aproveitou o ensejo para anunciar uma pausa no ano de 2024 no Prémio Garantia Comunidade, que passa a ser bianual. Um interregno justificado, segundo ele, com a necessidade de continuar a sensibilizar as associações e para ajustar o regulamento que, do seu ponto de vista, é demasiado exigente, o que muitas vezes cria dificuldade às associações para cumprir os critérios de elegibilidade e de apresentação das candidaturas.  

O vereador Rodrigo Martins, em representação da CMSV, saudou a Garantia por esta iniciativa que, no âmbito da sua responsabilidade, atribuiu uma atenção especial a inclusão social. “Percebemos que se trata de algo muito estruturado, que coloca tônica no mérito . Ou seja, são contemplados as associações, os candidatos, que apresentarem os melhores projectos, com valores assinaláveis para que possam materializar os seus projectos”, afirmou e prometeu que a CMSV continuará a apostar na área social, sendo a preocupação da edilidade atualmente a consolidação dos projectos em curso. 

A III edição do Prémio Garantia Comunidades recebeu 12 candidaturas, que resultaram em cinco vencedores: três da Praia e dois de São Vicente, conforme deliberação do júri, constituído por Dario Dantas dos Reis (médico), Jacinto Santos (Presidente da Plataforma das Ong), Ana Maria Morais (membro do Conselho da República) e Carmelita do Rosário (jornalista). 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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